O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, alertou hoje que atacar o Irã por causa de sua recusa em congelar seu programa de enriquecimento de urânio seria "um ato de loucura", num alerta velado a Estados Unidos e a Israel. Ao término de uma reunião da direção da AIEA em Viena, ElBaradei também comentou que o Irã provavelmente terá cerca de 3.000 centrífugas de urânio em funcionamento até o fim deste mês, número apontado por agentes da AIEA como caminho sem volta para a produção em larga escala de urânio enriquecido.
O enriquecimento de urânio é um processo essencial para a geração de combustível usado no funcionamento das usinas nucleares. Produzido em grande escala, o urânio enriquecido pode ser usado para carregar ogivas atômicas. Os EUA e outras potências ocidentais acusam o Irã de desenvolver em segredo um programa nuclear bélico. O governo iraniano nega e assegura que suas usinas atômicas têm fins estritamente pacíficos de geração de energia elétrica.
Apesar de se dizerem a favor de uma solução negociada, os EUA e Israel recusam-se a descartar a possibilidade de uma ação militar contra o Irã pela recusa em desmantelar o programa de enriquecimento de urânio. Segundo ElBaradei, um eventual ataque seria "um ato de loucura que não resolveria a questão".