A ministra das Finanças do Equador, Maria Elsa Viteri, informou que um total de 91% dos detentores de bônus globais com vencimento em 2012 e 2030 participaram do leilão de recompra. Segundo Viteri, o governo tentará recomprar o restante dos bônus no mercado. A ministra acrescentou que 8,7% do bônus 2012 e 7,2% dos bônus 2030 ainda estão em circulação.
O presidente Rafael Correa disse hoje que o governo gastou cerca de US$ 900 milhões na recompra e já havia recomprado perto de US$ 2,9 bilhões do valor da dívida.
O Equador possui três bônus de dívida soberana no mercado internacional: US$ 510 milhões em bônus com vencimento em 2012, que carregam um cupom (juro nominal) de 12%; US$ 650 milhões em bônus com vencimento em 2015, com cupom de 9,375%; e US$ 2,7 bilhões em bônus com vencimento em 2030, com cupom de 10%.
De acordo com Correa, a dívida tem resultado em uma "falência generalizada para os equatorianos". "Somos perigosos visto que podemos servir como mal exemplo para as outras nações endividadas".
O presidente ressaltou que o Equador recebeu financiamento internacional de aproximadamente US$ 2,7 bilhões entre novembro de 2008 e abril de 2009. Correa também disse que o governo está analisando medidas que poderia tomar para receber mais dívidas bilaterais e multilaterais.
Em dezembro passado, o governo equatoriano se recusou a pagar os juros dos seus bônus globais com vencimento em 2012 e 2030, ao declarar que eles eram "ilegais" e "ilegítimos".
Em 20 de abril, o governo lançou uma leilão para recompra de seus bônus em default. Inicialmente, foi oferecido um preço mínimo de 30 cents sobre o dólar para recompra daqueles bônus, mas no dia 26 de maio estabeleceu o preço em 35 cents sobre o dólar. O governo tem dito que continuará a pagar "normalmente" os bônus globais 2015.