O acidente no metrô de Valência (Espanha), que ontem (3) matou 41 pessoas e feriu 45, foi causado por excesso de velocidade. O trem trafegava com o dobro da velocidade permitida. Há suspeitas de que o maquinista tenha desmaiado antes da tragédia. O sindicato dos metroviários acusa o governo de descaso com o transporte. O acidente ocorreu às 13h, quando um trem da linha 1 do metrô, formado por quatro unidades e com 150 passageiros a bordo, descarrilou e tombou dentro de um túnel entre as estações de Jesús e Plaza de España.
O governo descartou que tenha ocorrido um atentado. O conselheiro de Infra-estrutura e Transporte, José Ramón García Antón, afirmou que o trem viajava a 80 km/h - o dobro da velocidade permitida numa curva projetada para no máximo 40 km/h. Em certo momento, o trem sofreu uma repentina aceleração, afirmou. O conselheiro não descartou que a falha tenha ocorrido porque o maquinista - morto no acidente - teve algum mal-estar. Desconfiamos que ele sofreu algum tipo de inconsciência, ou indisposição, que o impediu de reagir a tempo.
POLÊMICA - A caixa-preta da composição revela que houve uma aceleração do trem, seguida de uma brusca freada, antes do descarrilamento. Antón disse ainda que o maquinista, na verdade, era inspetor de linha e tinha assumido o posto de condutor após passar por um curso prático de 224 horas.
O secretário geral do Sindicato Independente Ferroviário (SIF), Jorge Alvarez, ponderou que o funcionário não tinha o número de horas necessárias para conduzir o trem, mas culpou o governo: O acidente foi motivado pela clara falta de investimentos do governo no transporte público. Alvarez chegou a pedir a renúncia do conselheiro.
Nos hospitais da cidade ainda permanecem internadas dez pessoas que ficaram feridas, quatro delas em estado gravíssimo. Não há registro de brasileiros vitimados pelo acidente. Na noite de hoje, o rei Juan Carlos, a rainha Sofía, e o premier José Luis Rodríguez Zapatero, presidiram os funerais pelas vítimas na Catedral de Valência.