A França está disposta a receber "guerrilheiros das Farc" em seu território em troca da libertação da refém franco-colombiana Ingrid Betancourt, há seis anos em poder da guerrilha, afirmou neste domingo o primeiro-ministro francês, François Fillon.
"A França está disposta a fazer tudo o que for necessário para permitir a libertação de Ingrid Betancourt, num momento em que seu estado de saúde torna-se mais e mais delicado e receber militantes das Farc faz parte desse esforço", declarou Fillon à rede de televisão TF1.
O primeiro-ministro comentou também sobre a presença de um Falcon 900 do Exército francês com recursos e equipe médica em Caiena, capital da Guiana Francesa. Segundo Fillon, a França dispõe de "meios técnicos de forma permanente para responder a todas as situações".
"Sentimos que, aos poucos, todas as condições para esta situação estão sendo cumpridas, mesmo que nesse momento não saibamos de mais nada", disse, insistindo que o estado de saúde de Ingrid "é cada vez mais delicado".
Em 19 de dezembro do ano passado, François Fillon já havia dito que a França estaria disposta a receber guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia em troca da liberdade de reféns
O governo francês havia também pedido na sexta-feira à guerrilha das Farc que "aproveite sem demora" a oferta de Bogotá, que levará à libertação da refém franco-colombiana, destacando que o processo de negociação chega a um momento "crucial".
O governo colombiano propôs facilitar a libertação de guerrilheiros presos, se Ingrid for solta pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), e "reduzir ao mínimo" as condições para libertá-los. Negociações intensas continuam para que Ingrid volte para casa, de acordo com fontes ligadas ao caso.
A guerrilha das Farc, em luta desde 1964 contra as autoridades colombianas, pede a libertação de 500 guerrilheiros contra a de 39 reféns ditos "políticos".