O líder do Hezbollah, Sheik Hassan Nasrallah, disse hoje que as investidas israelenses contra o Líbano não levarão à libertação dos dois soldados israelenses capturados hoje na fronteira entre os países. Assim como os militantes palestinos, que seqüestraram o cabo Gilad Shalit no último dia 25, Nasrallah disse que os soldados só serão libertados na troca por prisioneiros.
Tropas, aeronaves e navios israelenses atacaram hoje o sul do Líbano em dura resposta à morte e o seqüestro de soldados das Forças de Defesa de Israel por militantes da guerrilha libanesa. Sete soldados israelenses morreram e dois foram capturados após uma ofensiva do Hezbollah contra o território israelense.
"Nenhuma operação militar os trará de volta", disse ele em uma coletiva de imprensa em Beirute. "Os prisioneiros não serão soltos exceto com uma condição: negociações indiretas e uma troca."
Além dos soldados israelenses, dois civis e um guerrilheiro libaneses morreram nos confrontos.
Repercussão
Em Rostock, na Alemanha, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Frederick Jones, disse que a Síria e o Irã são responsáveis pela ação do Hezbollah e exortou a guerrilha islâmica a "libertar imediata e incondicionalmente os dois soldados israelenses".
Em Londres, o ministro para Oriente Médio do governo britânico, Kim Howells, condenou o ataque aéreo israelense em Gaza. "Nos expressamos repetidamente nossa preocupação com a política israelense de assassinatos seletivos. A matança de civis inocentes, particularmente crianças, é inaceitável. Exortamos as autoridades israelenses a respeitarem suas obrigações sob as leis internacionais e a tomarem todas as precauções para evitar vítimas civis", disse Howells.
Já o ministério das Relações Exteriores da Rússia exortou o Hezbollah a libertar os dois soldados israelenses capturados e pediu que Israel se contenha em sua reação militar.
Em Damasco, o vice-presidente da Síria, Farouk al-Sharaa, negou que o governo de seu país tenha qualquer responsabilidade pela captura de soldados israelenses pelo Hamas e pelo Hezbollah.
Israel
O Exército de Israel planeja convocar milhares de reservistas com o intuito de ampliar a ação contra o Líbano. Moradores das cidades israelenses que fazem fronteira com o Líbano foram alertados para procurar proteção em abrigos antibomba.
Jatos Israelenses sobrevoaram largas porções do sul do Líbano, destruindo pontes e posições do Hezbollah, em ações que deixaram ao menos dois civis mortos, segundo autoridades libanesas.
Das sete baixas israelenses nesta quarta-feira, três decorreram da troca de fogo com guerrilheiros do Hezbollah e quatro estavam dentro de um tanque que explodiu ao passar sobre uma mina terrestre em território libanês. Um militante libanês também morreu.