O programa nuclear iraniano e o suposto apoio do Irã a grupos terroristas "talvez sejam o maior desafio individual" para a segurança nacional norte-americana, disse hoje a secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, ao Comitê de Relações Exteriores da Câmara. Ela declarou que os EUA acabarão com as atividades "maléficas" do Irã no Iraque e estão trabalhando com urgência para impor novas sanções contra Teerã. Rice afirmou também que o Irã está ameaçando a segurança e a prosperidade de seus vizinhos ao apoiar as forças extremistas na região.
Segundo a secretária, a "solução de dois Estados" no Oriente Médio está ameaçada após uma série de eventos, entre eles o apoio do Irã aos militantes do grupo radical palestino Hamas. Ela reiterou, no entanto, que o governo norte-americano continua comprometido com a via diplomática para resolver a crise com o Irã, provocada pelas suspeitas de que o programa iraniano de enriquecimento de urânio possa ser usado para a fabricação de armas nucleares. Na semana passada, o presidente americano, George W. Bush, alertou para um suposto risco de uma 3ª Guerra Mundial caso o programa nuclear iraniano não fosse contido. O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, disse hoje acreditar que as sanções ao país conterão as ambições nucleares do Irã, mas não descartou a possibilidade de uma ação militar.
O depoimento de Rice foi marcado por um protesto. Uma manifestante com tinta vermelha nas mãos, representando sangue, correu na direção da secretária quando ela entrava na Câmara. A manifestante chamou Rice de "criminosa de guerra" que deveria ser levada a Haia, referindo-se ao tribunal internacional da Organização das Nações Unidas (ONU). Em Roma, o novo negociador nuclear iraniano, Sayed Jalili, e o chefe da diplomacia da União Européia, Javier Solana, concordaram em continuar as conversações para "limar as desconfianças" e chegar a uma "conclusão que seja aceitável a ambas as partes". Os Estados Unidos devem realizar conferência de paz entre novembro e dezembro, segundo a secretária de Estado.