Os três presidentes de países da África ocidental encarregados de encerrar a crise política na Costa do Marfim vão retornar à capital Abidjã na semana que vem, informou hoje o governo de Cabo Verde.
Os líderes de Benin, Cabo Verde e Serra Leoa viajaram para a Costa do Marfim ontem para dizer ao presidente Laurent Gbagbo que ele deve ceder o cargo a seu rival, Alassane Ouattara, que venceu as eleições realizadas em novembro. Caso contrário, Gbagbo pode ser alvo de uma intervenção militar.
Hoje, os líderes foram para a Nigéria, onde se reuniram com o presidente Goodluck Jonathan, líder da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Ecowas, na sigla em inglês), para relatar a ele os acontecimentos da missão e discutir o próximo passo do bloco.
"A missão dos chefes de Estado vai retornar à Costa do Marfim na próxima semana para manter os contatos e tentar concluir o processo de mediação", informou o escritório do presidente cabo-verdiano Pedro Pires, em comunicado enviado à agência France Presse. O documento diz que as "partes marfinenses" pediram a ele "tempo para refletir com o objetivo de encontrar uma forma viável de concluir o processo eleitoral, que é a única maneira de promover a paz e a estabilidade no país do oeste da África".
A afirmação difere da declaração feita pelo porta-voz de Ouattara após as negociações. Patrick Achi disse que Ouattara afirmou aos enviados que seu status de chefe de Estado "não é negociável" e pediu a eles que "retornem o mais rápido possível".
Tanto Gbagbo quanto Ouattara afirmam ter vencido o segundo turno da eleição presidencial, realizado em 28 de novembro. Mas Ouattara é reconhecido pela comunidade internacional, incluindo a Ecowas e a Organização das Nações Unidas (ONU).
As forças leais a Gbagbo continuam a dominar o sul do país, que abriga a maior indústria de exportação de cacau do mundo, e a capital comercial Abidjã, enquanto o governo paralelo de Ouattara está sitiado no interior de um hotel. As informações são da Dow Jones.