O empresário e opositor georgiano Badri Patarkasishvili, suspeito de ter conspirado para derrubar o presidente Mikhail Saakashvili, anunciou neste sábado em comunicado divulgado desde Londres sua intenção de ser candidato à eleição presidencial antecipada na Geórgia.
"Vou participar da campanha eleitoral e da eleição presidencial de janeiro de 2008", declarou Patarkasishvili num comunicado emitido pela agência Bell Pottinger Group, com sede em Londres.
"Meu slogan eleitoral será: 'A Geórgia sem Saakashvili é uma Geórgia sem terror'. E seu eu for eleito presidente, garanto que organizarei imediatamente um referendo sobre a transformação (da Geórgia) em república parlamentar", disse o oligarca, que financia a oposição georgiana.
Patarkasishvili ressaltou no entanto que se reserva o direito de "mudar sua decisão" se a oposição chegar a um acordo sobre "um candidato comum" para "derrotar o regime de Saakashvili".
O empresário que controla, junto com o magnata Rupert Murdoch, a rede de televisão Imedi, o principal veículo de oposição na Geórgia, fechado desde a noite de quarta-feira, também pediu às autoridades georgianas que "suspendam imediatamente o estado de emergência" e que "párem de perseguir os cidadãos por motivos políticos".
O ministério público da Geórgia acusou sexta-feira o oligarca de ter conspirado para "derrubar" o poder durante manifestações da oposição.
"Arkadi (mais conhecido como Badri) Patarkasishvili foi declarado em 7 de novembro de 2007 suspeito de fatos definidos pelo artigo 315 do código penal", havia anunciado o ministério público em comunicado.
Este artigo se refere "à derrubada do poder legítimo na Geórgia", acrescentou o ministério público, frisando que "todas as medidas legais serão tomadas para que Arkadi Patarkasishvili seja interrogado".
Patarkasishvili também é um ex-sócio do controvertido oligarca russo Boris Berezovski, ex-eminência parda do Kremlin atualmente refugiado em Londres.
A policia dispersou com violência quarta-feira os manifestantes da oposição que poediam há vários dias a renúncia do presidente. Logo depois, Saakashvili decretou o estado de emergência e anunciou, na quinta-feira, a realização de uma eleição presidencial antecipada no dia 5 de janeiro.