A apenas um dia da crucial eleição presidencial, os peruanos refletiam no sábado para ir às urnas escolher o que muitos têm chamado de "o mal menor" entre o ex-presidente social-democrata Alan García, que lidera as pesquisas, e o nacionalista Ollanta Humala.
Após uma campanha sacudida por duras acusações trocadas entre os candidatos e o controverso apoio do presidente venezuelano, Hugo Chávez, a Humala, o ambiente pré-eleitoral era de tranquilidade --ainda que com alguma incerteza devido a temores de eventuais protestos em caso de um resultado apertado.
As últimas pesquisas divulgadas entre quinta e sexta-feiras dão García como vitorioso, com algo entre 52 e 57 por cento dos votos.
Mas analistas acreditam que Humala, um militar aposentado temido por investidores, poderia apelar a um "voto oculto" que tornaria o resultado imprevisível --o que traria dúvidas e geraria eventuais focos de violência, embora as autoridades tenham assegurado neste sábado um processo limpo e seguro.
"É bom transmitir à opinião pública uma mensagem de serenidade e tranquilidade", afirmou o general Luis Vizcarra, diretor de operações especiais da polícia.
O governo do presidente Alejandro Toledo contava no sábado com quase 150 mil militares e policiais para garantir a segurança.
Os candidatos, sem agenda oficial no sábado, asseguraram na sexta-feira que respeitarão o resultado das urnas.
"Vamos respeitar os resultados democraticamente", afirmou Humala a jornalistas estrangeiros. "Quem tem falado de levantes (violentos) é o presidente (Toledo)... mas de nossa parte não há nada disso."
García sustentou que "os organismos eleitorais do Peru garantem que tudo caminha com regularidade. Não temo que haja algum problema relacionado à violência".