A presidente da Argentina, Cristina Fernández, viaja amanhã à noite para Caracas como estava previsto antes de irromper a crise diplomática entre Venezuela, Equador e Colômbia, confirmou hoje a agência de notícias governamental Télam. A presidente vai assinar na quinta-feira acordos comerciais com o presidente Hugo Chávez, dando prosseguimento ao ativo intercâmbio econômico entre os dois países. Ela também deve se reunir na capital venezuelana com Yolanda Pulecio, mãe da seqüestrada ex-candidata presidencial colombiana Ingrid Betancourt.
Fontes governamentais admitem que Cristina e Chávez podem fazer pronunciamentos condenando a incursão militar colombiana em território do Equador, que custou a vida do segundo chefe das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Raúl Reyes, e provocou as maiores tensões regionais em décadas.
Na sexta-feira, a presidente Cristina Fernández irá à República Dominicana participar da 20ª reunião de cúpula do "Grupo de Rio". Antes da crise, os presidentes Chávez, Rafael Correa, do Equador, e Alvaro Uribe, da Colômbia, previam participar.
Seguindo orientações de Cristina, o chanceler argentino, Jorge Taiana, divulgou um comunicado ontem em Genebra rechaçando duramente "qualquer forma de violação da soberania territorial de um Estado membro". Ele acrescentou que "o respeito à soberania territorial é um princípio inviolável no direito internacional e nada nem ninguém pode justificar sua violação".
Segundo a agência de notícias Télam, a presidente manteve intensas conversas ontem por telefone com seus colegas Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, Michelle Bachelet, do Chile, Uribe, Correa e Chávez.