Os parlamentares libaneses não conseguiram novamente hoje apontar o presidente do país. As diferentes facções permanecem disputando poder antes da formação de um futuro governo. O Parlamento já havia tentado 17 vezes, desde setembro, aprovar o general do Exército Michel Suleiman como nome de consenso. Porém parlamentares da oposição têm ignorado as sessões do parlamento, deixando a Câmara de 128 lugares sem o quórum necessário, de dois terços, para a votação.
A coalizão do governo, pró-Ocidente, tem apenas uma maioria estreita e precisa dos oposicionistas para chegar ao quórum mínimo. Quando ficou claro que isso não ocorreria, o presidente do Parlamento, Nabih Berri, adiou a sessão de hoje. Não foi marcada imediatamente nova data para a votação. O adiamento já era aguardado. "Triste, triste, triste", comentou anteriormente o ministro de Relações Exteriores francês, Bernard Kouchner, referindo-se ao impasse.
Washington e o primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, acusam a Síria de bloquear a eleição presidencial. Damasco nega a acusação, enquanto os aliados dos sírios no Líbano acusam os Estados Unidos de minarem as tentativas de se chegar a um acordo. O impasse para a escolha do presidente é a pior crise política no país desde a guerra civil (1975-90).