O vereador Larry Shirley, da cidade americana de Charleston, pediu desculpas hoje por ter sugerido a esterilização de pais que não podem cuidar adequadamente de seus filhos como uma forma de reduzir a criminalidade. "Eu sei que não poderemos esterilizar as pessoas, mas eu queria começar um diálogo", disse. "Eu poderia ter mantido isso somente em bate-papos informais. Isso já vinha sendo feito, mas nada acontecia. Se não querem dialogar, calarei minha boca", prosseguiu.
"Peço desculpas àqueles que ficaram chateados, mas acredito que o crime precisa ser combatido", disse Shirley. Líderes da comunidade negra local exigiram a renúncia do vereador e o político alegou ter recebido ameaças de morte. A Carolina do Norte está entre os 33 Estados americanos que um dia possuíram leis de eugenia por meio das quais era promovida a esterilização forçada de detentos e de pessoas internadas em manicômios.
Em 2003, pouco antes de deixar o cargo, o então governador Jim Hodges pediu desculpas formais por essa parte da história do Estado. A declaração original de Shirley foi publicada pelo The Charleston Post and Courier. "Nós pegamos animais vadios e os castramos", disse ele ao comentar um assalto atribuído a um grupo de jovens.
"Essas mães precisam ser castradas se não puderem cuidar dos seus. A partir do momento que elas têm um filho e ele fica pelas ruas, deixar que elas continuem tendo filhos é totalmente inaceitável", disse Shirley.
Apesar das ameaças e dos pedidos para que renuncie, ele disse que continuará "cuidando desse problema com o prefeito, com o comandante de polícia e com qualquer afro-americano" que continue trabalhando com ele.