O primeiro-ministro francês, Dominique Villepin, declarou hoje seu apoio ao candidato direitista Nicolas Sarkozy, no mesmo dia em que uma nova pesquisa eleitoral confirmou que os três principais candidatos à presidência do país estão praticamente empatados. "Ação e experiência formaram Sarkozy e lhe permitem hoje assumir a presidência", afirmou Villepin à rádio Europe-1, um dia após o presidente Jacques Chirac, de quem é partidário leal, confirmar que não disputará um terceiro mandato e decidir não declarar quem apoiará nas eleições.
Apesar da longa rivalidade, o apoio de Chirac e Villepin pode ser crucial para Sarkozy, que vem caindo nas últimas pesquisas e já é ameaçado pelo rápido crescimento nas sondagens do candidato centrista, François Bayrou. De acordo com a enquete do instituto eleitoral TNS-Sofres, Sarkozy lidera com 27% das intenções de voto, seguido pela socialista Ségolène Royal com 25,5% e Bayrou com 23%.
O apoio de Villepin também pode servir de consolo para o candidato direitista, que esperava hoje que o presidente declarasse seu apoio, o que não aconteceu. Sarkozy havia afirmado antes do discurso do líder francês que "uma vez que ele (Chirac) se expresse sobre seu futuro, não tenho dúvidas de que se engajará na minha campanha".
Hoje, tentando minimizar sua declaração, Sarkozy afirmou que não se considera herdeiro político do líder francês.
"Não pedi permissão de ninguém para me candidatar. A França é uma república e não tem herdeiros", declarou hoje o candidato de direita. Apesar disso, Sarkozy afirmou ter ficado comovido com o discurso de Chirac ontem. Ségolène e Bayrou também elogiaram o pronunciamento do líder francês. Já o líder da extrema-direita Jean-Marie Le Pen qualificou Chirac de "o pior presidente da história da França."
Processos Após 12 anos de imunidade presidencial, o líder francês pode se tornar alvo de vários processos quando deixar o cargo em maio. Chirac é acusado de envolvimento em vários escândalos de fraude durante a época em que foi prefeito de Paris. Entre as acusações, está a de criar falsos empregos na prefeitura.