O primeiro-ministro da Espanha José Luis Rodriguez Zapatero, disse neste domingo que vai buscar abrir negociações de paz com a organização separatista basca ETA, que declarou um cessar-fogo permanente em março, num passo para encerrar décadas de conflito e remover o último grupo militante armado da Europa.
Zapatero disse que vai ao Parlamento no próximo mês para anunciar "o início do processo de diálogo para conseguir o fim da violência da ETA".
Nos últimos dois meses, o governo socialista da Espanha monitorou a região basca e o violento movimento pró-independência para determinar se o anúncio da ETA é autêntico. As declarações de Zapatero sugerem que ele concluiu que o processo de cessar-fogo é, de fato, sincero.
O Partido Popular, conservador, de oposição, criticou Zapatero por querer negociar com a ETA enquanto esta ainda está armada. Angel Acebes, o número dois do partido, disse, depois do anúncio de Zapatero, que, "com a ETA, tudo o que se pode fazer é verificar sua dissolução e sua deposição irreversível, definitiva de armas".
Zapatero falou na cidade basca de Barakaldo, perto de Bilbao, numa reunião de seu Partido Socialista em sua primeira visita à região desde que a ETA anunciou o cessar-fogo permanente no dia 22 de março.
Zapatero, acusado pelos conservadores de se apressar em entrar em processo de paz com a ETA, ignorando as vítimas da violência do grupo, também disse que proporá que seja incluída uma menção deles no preâmbulo da Constituição espanhola.
A ETA matou mais de 800 pessoas desde o fim dos anos 60 em sua luta por independência da região basca, no norte da Espanha e no sul da França.
O governo afirma que o grupo foi dizimado pela prisão de mais de 200 suspeitos de serem seus membros nos últimos anos.
A ETA também teria ficado em situação difícil depois dos ataques terrorista dos militantes islâmicos de 2004 a Madri, que deixaram 191 mortos e causaram uma repulsa nacional ao terrorismo, mesmo entre nacionalistas bascos que apóiam os objetivos, mas não os métodos da ETA.