Os 115 cardeais que elegerão o o novo papa já estão fechados na capela Sistina
Os 115 cardeais que elegerão o sucessor de Bento XVI já estão fechados na capela Sistina após o mestre de cerimônias pronunciar a frase "Extra Omnes" (todos fora), dando começo ao conclave.
As portas da capela Sistina se fecharam às 17h35 local (13h35 de Brasília), após todos os cardeais jurarem, um por um, observar fiel e escrupulosamente o estabelecido na Constituição Apostólica "Universi Dominici Gregis" para a eleição do papa.
Depois das portas serem fechadas, o cardeal maltês octogenário Prosper Grech iniciou uma meditação sobre a escolha do pontífice.
Concluída a meditação, Grech e o mestre de cerimônias litúrgicas, o arcebispo Guido Marini, abandonarão a capela Sistina e as portas voltarão a ser fechadas.
O cardeal James Harvey, último da ordem dos diáconos (o Colégio Cardinalício está dividido em três ordens: bispos, presbíteros e diáconos), é o encarregado do fechamento e abertura das portas durante o conclave.
Já o cardeal Giovanni Battista Re é o encarregado de guiar o conclave, já que o decano e o vice-decano do Colégio Cardinalício (Angelo Sodano e Roger Etchegaray) não podem ficar na capela Sistina por serem octogenários.
Battista perguntará se pode iniciar o processo de eleição ou se é necessário esclarecer dúvidas sobre as normas e as modalidades estabelecidas na Constituição Apostólica "Universi Dominici Gregis".<GALERIA ID=18131/>
Na capela Sistina, cada um dos 115 cardeais tem o texto da "Universi Dominici Gregis", do "Ordo Rituum Conclavis" (ritual do conclave) e a liturgia das horas. A eleição começará se a maioria dos eleitores aprovar o início da votação.
A fumaça que anunciará o resultado pode ser produzida por volta das 19h30 local (15h30 de Brasília). Centenas de pessoas estão reunidas neste momento na praça São Pedro, no Vaticano, mesmo com a chuva que cai sob o local.
Ritual - Desde às 10h (6h de Brasília) desta terça,12, os 115 cardeais que têm direito a voto e vão eleger o sucessor do papa Bento XVI estão concentrados para a primeira votação do conclave, marcada para às 17h (13h de Brasília). Eles participaram de um ritual com missa, juramento e uma pequena procissão a pé, acompanhada por cantores religiosos.
A previsão dos especialistas em Vaticano, os vaticanistas, é que o conclave dure de três a 11 dias. No século 20, as eleições mais rápidas foram as dos papas João Paulo II, em 1978, e Bento XVI, em 2005. A eleição do papa João Paulo II levou três dias. A mais longa do século passado foi a de São Pio X, que demorou cinco dias.
No conclave nesta terça ocorrerá apenas uma votação à tarde. A previsão é que a fumaça branca, no caso de eleito o papa, ou escura, se não houver consenso, seja emitida pela chaminé na Capela Sistina, na Praça de São Pedro, no fim da tarde ou começo da noite. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, lembrou na segunda, 11, que quando Bento XVI foi eleito, em 2005, a fumaça branca foi vista no fim da tarde.
Antes da votação, os cardeais fazem um juramento de manter o sigilo sobre tudo o que ocorrer durante o conclave. Há um juramento comum e outro individual. No comum, cada cardeal, com a mão sobre o Livro dos Evangelhos, diz: "Prometo e juro, assim que Deus me ajude e os Santos Evangelhos me guiem".
O processo de votação segue um ritual, no qual cada cardeal escreve o nome do seu escolhido em uma cédula de papel, em tamanho retangular, e disfarçando a letra. Cada eleitor deve depositar a cédula, na presença de seis cardeais - três escrutinadores e a mesma quantidade de revisores.
Após a votação, as cédulas são contadas e recontadas. Cada um dos votos é costurado com linha e depois colocado no forno para ser queimado. A cor que revela se houve escolha do papa é dada por um produto químico que é adicionado. A cor branca indica que foi escolhido o sucessor. A cor escura mostra que o conclave ainda buscará o consenso.
Em caso de ausência de consenso, devem ocorrer até duas votações por dia durante o conclave. Para a eleição do papa, são necessários dois terços dos votos dos presentes, no caso 77 cardeais. Se em três dias não houver consenso, a votação deverá ser suspensa por 24 horas para orações e reflexões. Depois, são promovidos mais sete dias de votações até completar um total de 34.
Se depois de 34 votações não for alcançado o consenso, é feita uma eleição entre os dois candidatos que mais receberam votos. O escolhido deve dizer se aceita ser papa. Em caso positivo, ele é apresentado aos fiéis na Praça de São Pedro. Em seguida, são feitos os preparativos para a chamada cerimônia de coroação.
