Greve no Chile completa uma semana
O Congresso Nacional, no Chile, foi esvaziado nesta sexta-feira, 25, por ordem do presidente da Câmara dos Deputados, Iván Flores, diante às manifestações e confrontos com a polícia que estavam acontecendo do lado de fora.
Flores alegou que a atitude foi de forma preventiva, e que não havia muitos funcionários no prédio, que estava em uma sessão da Comissão de Trabalho.
"Não é uma evacuação, mas sugeri que eles [os parlamentares] voltassem para casa", e acrescentou informando que a tensão que o país vive é "sem precedentes".
Greve completa uma semana
O protesto estudantil iniciado há uma semana contra o aumento na tarifa do metrô provocou uma grave crise social no Chile, onde manifestantes continuam nas ruas para exigir uma fatia maior da prosperidade que transformou o país em um dos mais estáveis da América Latina.
Transportadores e motoristas engarrafaram as rodovias que ligam Santiago ao restante do país para pedir uma redução nas elevadas taxas do sistema eletrônico de pedágio, congestionando as vias na hora do rush.
Esta convulsão social sem precedentes no Chile, a mais grave em quase 30 anos desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), representa um claro desafio para o reconhecido modelo econômico de mercado aberto do país.
Os sete dias de protestos, enfrentamentos, saques e incêndios em Santiago e outras cidades deixaram 19 mortos até o momento.
E diante da multiplicação de denúncias sobre a ação dos militares, nas ruas desde o sábado, a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a ex-presidente chilena Michelle Bachelet, anunciou o envio de "uma missão de verificação para examinar" a situação.
A morte de um cidadão peruano, ferido na terça-feira durante um saque no sul da capital chilena, aumentou para 19 o número de mortos desde o início dos protestos, informou a Procuradoria.