Nos protestos no Paraguai, pelo menos uma pessoa morreu, e 20 ficaram feridas
O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, pediu que todos seus ministros coloquem os cargos à disposição depois que manifestantes e policiais entraram em confronto em Assunção, capital do Paraguai, na noite de sexta-feira, 5.
Benítez fará uma reunião ainda neste sábado, 6, para falar das mudanças em seu governo. A gestão da pandemia do novo coronavírus pelo Ministério da Saúde tem sido contestada pela população em razão da demora na chegada de vacinas e da falta de medicamentos para tratar pacientes internados com a covid-19 nas Unidades de Terapia Intensiva.
Até agora, chegaram apenas quatro mil doses da vacina Sputnik V, que já foram aplicadas em profissionais da Saúde, ou seja, menos de 0,1% da população foi vacinada.
Nos protestos, pelo menos uma pessoa morreu, e 20 ficaram feridas. Os manifestantes exigiram a renúncia do presidente, que é acusado de fazer uma gestão desastrosa diante do colapso.
O ministro de Saúde do país renunciou pouco antes do protesto, que reuniu cerca de cinco mil pessoas, de acordo com dados do jornal local "ABC Color". O presidente Benítez nomeou Julio Borba como chefe da pasta e afirmou que começaria a buscar remédios imediatamente.
Com uma população de 7 milhões de habitantes, o Paraguai registrou mais de 160 mil casos de covid-19 e 3,2 mil mortes em decorrência da doença desde o início da pandemia do novo coronavírus. O país tem registrado números recordes de novos casos: nos últimos sete dias foram 115 novos casos a cada 100 mil habitantes
Em Cidade do Leste, praticamente todos os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e enfermaria estão ocupados. Paraguaios e brasileiros que vivem no país vizinho estão cruzando a fronteira para tentar buscar atendimento em Foz do Iguaçu (PR), que também está com as UTIs lotadas.
As infecções por coronavírus no Paraguai atingiram níveis recorde. Os hospitais estão perto do colapso. Nos últimos sete dias, a taxa de infecção no Paraguai ficou em cerca de 115 por 100 mil habitantes. O país vacinou menos de 0,1% de sua população.