Militar separatista observa os destroços do voo MH17 da Malaysia Airlines
Um avião da Malaysia Airlines caiu na Ucrânia, perto da fronteira com a Rússia, nesta quinta-feira, 17. A queda da aeronave de passageiros foi provocada por um míssil disparado contra o voo MH17, com 298 pessoas a bordo - e não 295, como havia sido informado anteriormente, segundo a empresa aérea - , na fronteira da Ucrânia com a Rússia. A informação foi confirmada por agências de inteligência dos Estados Unidos.
De acordo com a agência Interfax, o avião fazia o trajeto de Amsterdã, na Holanda, para Kuala Lumpur, na Malásia, com 283 passageiros e 15 tripulantes a bordo. O Ministério do Interior ucraniano foi o primeiro a atribuir a queda da aeronave, um Boeing 777, a "um míssil disparado do solo".
A Malaysia Airlines diz que perdeu contato com voo MH17 que partiu de Amsterdã. Segundo informações iniciais, o voo da Malaysia teria duração de cerca de 12 horas e percorreria uma distância de 10,2 mil quilômetros. A empresa ainda informou pelo Twitter que a última posição da aeronave foi registrada no espaço aéreo ucraniano.
A Ucrânia acusou "terroristas" - militantes combatendo para unificar o leste da Ucrânia com a Rússia - de terem derrubado o Boeing 777 da Malaysia Airlines com um míssil terra-ar pesado, da era soviética, durante o trajeto Amsterdã-Kuala Lumpur.
Líderes dos rebeldes da autodenominada República Popular de Donetsk negaram qualquer envolvimento, embora na mesma hora seus comandantes militares tivessem anunciado que suas forças haviam derrubado um avião cargueiro ucraniano bem menor, o terceiro do tipo esta semana.
Jornalistas da Reuters viram destroços carbonizados e fumegantes com o emblema azul e vermelho da Malaysia Airlines e dezenas de corpos estirados nos campos perto do vilarejo de Grabovo, a 40 km da fronteira russa, perto da capital regional Donetsk, que está sob controle dos rebeldes.
Vídeo divulgado no Youtube mostra o suposto momento do impacto do avião com o solo. Veja:
Investigação
Uma reunião do Conselho de Segurança da ONU foi marcada para esta sexta, 18, para discutir a queda do avião da Malaysia Airlines, que elevou a tensão do conflito entre separatistas e Kiev, russos e o ocidente.
Segundo informações de agências de inteligência dos Estados Unidos, o avião foi derrubado por um míssil terra-ar. Um sistema de radar teria detectado um míssil desse tipo seguindo a aeronave pouco antes de ela cair, informou uma fonte à rede CNN.
As agências disseram não ser possível determinar, por enquanto, se o míssil foi disparado por forças do governo ucraniano ou por separatistas pró-Rússia, que dominam a região de Donetsk, onde ocorreu o acidente.
Após lados opostos fazerem acusações mútuas sobre a autoria do suposto ataque, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu uma "investigação internacional completa e transparente" sobre a fatalidade. A reunião foi pedida pelo Reino Unido.
Moradores da região onde aconteceu o acidente observam fumaça provocada pela queda do avião. Assista:
Companhia
A Malaysia Airlines disse que controladores de tráfego aéreo perderam contato com o voo MH-17 cerca de três horas depois da decolagem, em Amsterdã, acontecida às 12h15 (horário de Brasília). O avião desapareceu quando sobrevoava o leste da Ucrânia em direção à fronteira russa, com destino à Ásia, com 283 passageiros e 15 tripulantes a bordo.
Dados do acompanhamento do voo indicam que estava em altitude de cruzeiro, de 33.000 pés (10 mil metros), quando desapareceu.
Segundo a companhia aérea, estão entre as vítimas 154 holandeses, 27 australianos e 23 malaios. Outras fontes apontam que 23 americanos, nove britânicos e quatro franceses também estariam no voo, incluindo 3 crianças.
"Eu estava trabalhando no campo com meu trator quando ouvi o som de um avião e, em seguida, um estrondo", disse à Reuters um homem que mora na região de Grabovo. "Vi o avião bater no chão e se dividir em dois. Havia uma densa fumaça negra."
Um funcionário do serviço de emergência disse que pelo menos 100 corpos foram encontrados até agora e que os destroços se espalham num raio de 15 km.
Separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia disseram ter encontrado a "caixa-preta" do avião, segundo a agência de notícias Interfax. A informação não pôde ser imediatamente confirmada pela Reuters.
Acompanhe o que se fala sobre o acidente no Twitter