A abstração do conceito de país torna-se menos etérea, a cada investimento do governo em educação superior e ensino técnico, mas, ao passo inverso, a falta de recurso pode ser estratégica, pois um povo inculto seria fácil de controlar por debilidade de tônus mental.
Este é o cenário de um país declaradamente amado por tantos, de diversos grupos sociais, cada qual com sua perspectiva, lembrando como torna-se importante considerar a proximidade gêmea de ética e epistemologia – a teoria do conhecimento.
Uma consistente análise qualitativa de investimentos do governo federal mostra terem sido anos de maior seca desde 2015, marchando à ré o esboço de nação, na crença do perigo produzido por uma pátria educadora, permissiva à sabedoria.
O impacto deriva em redução da compra de equipamentos, insumos de laboratórios e realização de obras nos campi, estancando a mobilização crescente de recursos, experimentada pelo setor com inaudita intensidade na história do país, a partir de 2003.
No primeiro ano da atual gestão, em 2019, foram R$ 39 milhões em investimentos, equivalentes a 6% do previsto no orçamento; ano passado, sob pandemia, o valorcresceuaR$60 milhões, ainda na casa dos trocados para um país vocacionado à grandeza.
Acresce ter sido este valor utilizado em ações emergenciais de enfrentamento à pandemia nas instituições federais de ensino, ou seja, mesmo maior em relação a 2019, surtiu efeito inferior na estrutura de educação e pesquisa por produzir menor impacto.
De cada grupo de três recursos de 2020, um é relacionado a ações emergenciais de enfrentamento aos efeitos da pandemia nas instituições federais de ensino, sem força de contribuição para o crescimento, na condição de necessárias e não contingentes.
A boa-nova da elevação da curva do total de matrículas em 10% colide com a maldição de reduções orçamentárias e desvios dos fins necessários aos aportes, em cenário lamentavelmente ilustrado na paralisação de obras em 24 instituições de ensino.