Aliança com Imbassahy foi anunciada por Neto como elo que faltava no projeto para Salvador
Depois de um período de afastamento do processo eleitoral, o ex-prefeito Antônio Imbassahy (PSDB) anunciou, nesta sexta, 14, o seu apoio ao candidato a prefeito de Salvador pelo DEM, ACM Neto, num encontro com lideranças e militantes das duas legendas, no Hotel Fiesta. O anúncio foi feito no mesmo dia do comício de apoio do ex-presidente Lula, em Salvador, ao petista Nelson Pelegrino e num momento em que a pesquisa mais recente revela que Pelegrino, com 27% das intenções de voto, aproxima-se da pontuação de Neto (39%), mas lideranças do DEM minimizaram a preocupação com o crescimento do petista.
"Neto saiu na frente com 10% das intenções de voto que dizem que ele tem em Salvador e Pelegrino tenta chegar aos 30% que o PT diz que ele possui", resumiu o ex-governador Paulo Souto (DEM), atribuindo a uma coincidência o fato de dois eventos importantes para o DEM e PT acontecerem no mesmo dia. Para o presidente estadual da sigla, José Carlos Aleluia (DEM), "é natural que o ex-presidente Lula seja bem recebido, mas não é novidade que ele esteja na campanha do candidato do PT", disse.
Eficiência - Mexer com o ânimo da militância foi o foco do encontro de ontem. A aliança com Imbassahy foi destacada por Neto como a peça que faltava para garantir a eficiência do projeto de governar Salvador. "Nas duas vezes como prefeito, Salvador brilhou como grande cidade, a que mais adquiriu respeito no País", disse, lembrando a escolha do tucano, em duas edições da pesquisa do Datafolha, como o melhor prefeito do Brasil.
Imbassahy procurou contrapor a perspectiva de planejamento e eficiência do projeto democrata com suposta falta de know-how dos petistas. "Não adianta parceria com o governo federal se o governante é incompetente", observou, citando como exemplo o governo do estado. "O que a Bahia ganhou em posição econômica nos oito anos de parceria com Lula e Dilma?", perguntou. "O candidato do PT pode até ter bons propósitos, mas quem tem competência está reunido neste salão", disse, cercado, à mesa, de lideranças das duas legendas, entre elas o ex-governador Paulo Souto (DEM).
Imbassahy falou da sua posição em relação ao prefeito João Henrique - o tucano já declarou que apoiaria quem menos se aproximasse de João Henrique durante a campanha, embora Neto venha se mostrando pouco contundente nas críticas ao prefeito e conte com o apoio do PTN com o aval de JH.
"A campanha parecia um campeonato para decidir os principais parceiros de João Henrique. Nesse quesito, ficou claro que o PT era o dono da taça", ironizou, recebendo o reforço do democrata, que lembrou a atuação do PT em quatro secretarias municipais no primeiro governo de João. Neto procurou desvincular a presença do secretário municipal da educação, João Carlos Bacelar (PTN), no evento desta sexta, ao apoio do prefeito à sua campanha.
Estratégia - "O PTN está do nosso lado antes do PV, PSDB ou PPS", afirmou. O democrata criticou a tese do PT, sobre a importância do alinhamento com os governos estadual e federal para obtenção de recursos. "Esse discurso não cola. As verbas são constituídas e legalmente garantidas ao prefeito que tiver projetos, seja de que partido for", disse.
Imbassahy, que se afastou do processo eleitoral desde que foi pressionado pela direção do PSDB a retirar sua candidatura à prefeitura, em troca do apoio do DEM à campanha de Serra, em São Paulo, negou que o apoio a Neto seja resultado de articulação nacional: "Identifiquei o projeto de Neto como o melhor para Salvador, mas evidentemente isso agrada a meu partido".