Rui Costa pede empenho de aliados na campanha de Dilma
O governador eleito da Bahia, Rui Costa (PT), reuniu nesta segunda-feira, 13, aliados para fazer um "ajuste fino" e pedir o empenho da base na campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff, que disputa o segundo turno com o senador Aécio Neves (PSDB).
Durante o evento, ocorrido no Hotel Matiz, em Salvador, petistas e aliados demonstraram preocupação com o nível de abstenção do primeiro turno, de 23%, e afirmaram que é essencial trabalhar com a Justiça Eleitoral para oferecer transporte aos eleitores. Em 2010, a abstenção foi de 21%.
"Vamos tentar manter a mobilização de registro dos carros junto à Justiça Eleitoral. Assim manda a lei. A Justiça convoca e registra os carros para que possam servir de transporte para os eleitores", disse Rui.
"Meu medo é que o eleitor não se mobilize para votar. O eleitor vai muito mais pela força do deputado ou governo. O voto para presidente é o último", disse o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo (PDT), presente à reunião. O pedetista afirmou que será difícil atingir a meta de 4 milhões de votos de vantagem para Dilma se o transporte não for "equacionado".
Segundo a Lei 9.091, "os veículos e embarcações (...) pertencentes à União, estados, territórios e municípios e suas respectivas autarquias e sociedades de economia mista, excluídos os de uso militar, ficarão à disposição da Justiça Eleitoral para o transporte gratuito de eleitores em zonas rurais, em dias de eleição". Partidos políticos e candidatos são proibidos de fornecer alimentação e transporte a eleitores.
Chapa dividida
Rui informou que a chapa majoritária se dividirá para fazer campanha para Dilma. Segundo o petista, ele irá esta semana para o Sul e Extremo Sul baiano, enquanto o vice-governador eleito João Leão viajará pelo Oeste e o senador eleito Otto Alencar percorrerá a Chapada Diamantina e região de Irecê.
Rui disse que não irá na quinta com o governador Jaques Wagner a Buerarema, única cidade baiana onde Dilma não ganhou no primeiro turno.
Sobre a última pesquisa Sensus/Istoé, que apontou Aécio com 52,4% das intenções de voto e Dilma com 36,7%, Rui disse que "não dá para levar a sério".
"Com todo o problema do Ibope aqui, o mínimo de padrão que devemos ter são institutos como Datafolha e Ibope", declarou. Segundo os dois institutos, há empate técnico entre tucano e petista.
O apoio dado a Aécio pela candidata derrotada do PSB à Presidência, Marina Silva, foi minimizado por Rui. "Isso já era esperado. Ela tinha propostas mais próximas do Aécio, quando previa um país mais neoliberal. Além disso, o embate entre ela e a Dilma criou maiores dificuldades para uma aliança", disse.
Voto evangélico
Presente à reunião, o deputado Pastor Sargento Isidório (PSC) gravou uma mensagem de apoio a Dilma para ser divulgada nas redes sociais, pedindo voto entre os evangélicos.
"Oito anos de Dilma é uma questão de direito. Os dois últimos machos (FHC e Lula) tiveram oito anos", afirmou Isidório, que ainda criticou Aécio, ao afirmar que o "pai" da sua campanha defende a descriminalização da maconha, em uma referência ao ex-presidente tucano.