Gilcimar Brito, Lucas Reis e Rodrigo Coelho são os candidatos do PT à Câmara
O Partido dos Trabalhadores está apostando no potencial da juventude petista para tentar reverter, nas eleições municipais de outubro, o impacto dos danos causados à sua imagem pela Operação Lava Jato e o processo de impeachment da presidente Dilma Roussef.
Em Salvador, o partido já escalou três jovens com história no movimento estudantil para disputar, pela primeira vez, a Câmara Municipal: o estudante de Direito na Unyahna, Lucas Reis, 28 anos; o estudante de Administração (Ucsal) e Humanidades (Ufba), Gilcimar Brito, 30; e o advogado Rodrigo Menezes Coelho, de 29 anos.
Eles vão para a campanha com a missão de defender o PT e o legado de políticas sociais construído nos 13 anos em que petistas estiveram à frente do governo central.
Seguem à risca o apelo feito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 600 jovens reunidos num encontro em Brasília, em novembro do ano passado, pouco antes de o então presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ter autorizado a abertura do processo de impeachment da presidente.
Na ocasião, Lula falou dos desafios destas eleições, quando serão escolhidos prefeitos e vereadores nos 5.570 municípios do País, e da sua importância para sedimentar os projetos futuros do partido.
"Não tem 2018 se a gente não tiver 2016. Precisamos construir 2016, precisamos ter candidatos fortes", disse Lula, conclamando os jovens filiados a continuar o projeto político do partido. "Temos autoridade moral e política para convidar a juventude brasileira para um bom debate, lembrar o que nós fizemos e pensar o futuro".
Demandas
É neste clima que os jovens postulantes ao cargo de vereador farão um discurso, acreditam eles, afinado com as demandas dos mais de 262 mil eleitores de Salvador na faixa etária entre 16 e 24 anos, segundo levantamento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA).
São esses jovens, que representam 13,6% dos 1,9 milhão de eleitores de Salvador, que em 2013 foram para as ruas cobrar dos governos mais políticas públicas e de qualidade e defender o fim da corrupção na política.
Temas como educação de qualidade para os jovens, mais espaço e condições para a cultura nos bairros, políticas de inclusão da juventude negra da periferia e defesa dos direitos de mulheres e LGBT, mais segurança e saúde fazem parte das bandeiras defendidas por Lucas, Gilcimar e Rodrigo.
Com a proibição do financiamento empresarial a partidos e candidatos, eles prometem fazer uma campanha "gastando sola", como fazia a velha militância petista, e usando as redes sociais na internet como grandes aliadas para "convencer", afirma Rodrigo, e "mobilizar ", ressalta Gilcimar, os jovens eleitores.
E a queda na imagem do partido? "O PT não acabou, é patrimônio da classe trabalhadora. Reafirmaremos nossos acertos, sem deixar de admitir erros", explica Lucas.