Lula e Wagner reforçaram nos discursos as candidaturas de Rui, ao governo, e Otto, ao Senado
Num comício em favor de Rui Costa, candidato do PT ao governo do Estado, e de Otto Alencar (PSD), candidato ao Senado, e da presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva exortou, na quarta-feira, 3, os petistas a fazerem corpo a corpo nas ruas. Disse que o objetivo é evitar que, na sua visão, o País e a Bahia retrocedam politicamente com a eleição de candidaturas conservadoras, que representariam as "elites".
Centrando fogo no grupo político da Bahia comandado pela família do falecido senador Antonio Carlos Magalhães, Lula disse que a eleição de outubro "é a oportunidade que a gente tem de não permitir que a Bahia volte a ser o que era, governada por coronéis". E comparou: "Antigamente o coronel tinha uma fazenda, hoje ele tem um canal de televisão; antigamente o coronel tinha um chicote, hoje no fundo, no fundo ele tem um jornal e com isso tenta fazer a cabeça das pessoas e nós não podemos permitir", disse no comício que atraiu milhares de pessoas, (a maioria militantes) na noite de ontem na Praça da Revolução em Periperi, subúrbio ferroviário de Salvador
Quando chegou ao palco, por volta das 20h30, Lula caiu no momento que cumprimentava os militantes que se posicionaram bem na frente da estrutura. Ele explicou que o afoito militante que o puxou era o pai de um aluno que conseguiu entrar na universidade graças aos programas sociais que implantou nos seus dois governos.
Lula usou o episódio para lembrar dos compromissos dos governos petistas para com o povo e repetiu que as elites nunca o perdoaram pelo seu sucesso. "Eles conhecem todas as letras, mas não conhecem a alma e o sentimento do povo brasileiro", afirmou, achando que por essa razão, "o ódio foi disseminando contra nós". Esse ódio Lula disse ter pensado que acabaria quando Dilma Rousseff, que tem curso universitário, foi eleita presidente. "Mas isso não ocorreu, porque o preconceito não é pessoal é ideológico", disse.
Cheirando
Também procurando animar a militância, o governador Jaques Wagner disse estar "sentindo" que o caminho de Rui e Otto "tá cheirando ao que ocorreu comigo em 2006 (quando ele venceu a eleição apesar do favoritismo do adversário)". Acha que isso vai ocorrer porque "os baianos serão gratos" pela quantidade de obras do atual governo. Aproveitou para provocar os adversários. "O prefeito adora colocar placa, só não diz o que está fazendo, o que ele está é pongando nas obras do Estado", afirmou.
Ao discursar, Rui relembrou as várias obras das duas gestões petistas no Estado, sua condição de morador "de uma encosta da Liberdade" e parafraseou D. Pedro I, no episódio da história do Brasil, conhecido como "o Dia do Fico". "Se for da vontade do povo quem vai governar a Bahia a partir do dia 1° de janeiro de 2015 é o coração, a determinação e os valores que aprendi com esses caras aqui", disse, apontando para Lula e Jaques Wagner,
A praça chegou a ficar lotada cedo. Além dos militantes muitos moradores da região apareceram. Havia barracas de tira-gostos e promoção de cerveja (três piriguetes por R$ 5). Por volta das 20h30 quando o comício começou tinha muita gente circulando com latinhas ou copo de cerveja na mão e bandeira de algum deputado na outra.
Com atraso de uma hora e meia e discursos longos, a praça foi esvaziando. Lula começou a falar por volta das 21h45. Metade das pessoas já tinha ido embora.