Geddel diz a Casemiro Neto que governo Wagner será julgado nas próximas eleições
O candidato do PMDB ao Senado, Geddel Vieira Lima, diz que vê com preocupação as denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras e critica o governador Jaques Wagner (PT) por manter José Sérgio Gabrielli - ex-presidente da estatal à época em que se deu a compra da refinaria de Pasadena no Texas (EUA) - como secretário de Planejamento.
Geddel condenou a "ação entre companheiros" que está garantindo a permanência de Gabrielli, cujos bens foram bloqueados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou prejuízo de US$ 792,3 milhões à Petrobras na aquisição da refinaria, em 2006.
"Como cidadão e homem público, observo essa parceria com críticas. Mas o governo é dele (de Wagner), e ele compõe como achar que deve", disse o peemedebista, alertando que o brasileiro irá julgar essa questão em outubro, durante a eleição.
Ministro da Integração no primeiro governo Lula e ex-aliado de Wagner, de quem rompeu em 2009, quando disputou o governo contra o petista, Geddel diz que casos como o da Petrobras maculam a gestão petista. "Mas o governo será avaliado pelo conjunto da obra, do ponto de vista gerencial e pelos resultados do governo, sobretudo nos quatro anos da presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT)", avalia.
Freud e o joelho
Último dos candidatos ao Senado a participar desta etapa do projeto Vota Bahia - uma parceira da TV Aratu e dos Grupos Metrópole e A TARDE -, Geddel evitou alimentar, em entrevista à reportagem, a recente discussão, pelo Twitter, com o seu opositor ao Senado Otto Alencar (PSD). Na briga, até o governador saiu na defesa de Otto. "Eu estou tocando a bola, esperando o jogo acabar", respondeu o peemedebista.
Na segunda-feira, ao ser questionado pelo entrevistador Casemiro Neto sobre o bate-boca no Twitter, Otto Alencar disse que "só Freud explicaria Geddel, que tem complexo de superioridade e se julga eleito para o Senado".
Ontem, provocado por Casemiro sobre a opinião de Otto, o ex-ministro ironizou bem ao seu estilo: "O meu adversário é médico, mas é um ortopedista especializado em joelho, não posso levar em conta o que ele diz a respeito da psique dos adversários", disse. "Vou considerar como uma das coisas engraçadas da campanha".
Sobre o fato de ter mudado de lado, ao romper com o PT e se aliar ao DEM, Geddel Justificou que rompeu porque o governo Wagner não ia bem. "Eu não vou perder, em nome de uma pseudocoerência, a minha capacidade de ousar, minha ânsia por mudar, o meu desejo de contribuir para aquilo que eu acredito ser melhor para o estado ".
O candidato criticou a insistência em se comparar o governo Wagner com o do candidato na sua chapa, Paulo Souto (DEM). "Nunca um governador passou oito anos consecutivos no poder. Esse é o primeiro. Não é legítimo comparar gestão de oito anos seguidos com outra de quatro anos (Souto governou pela primeira vez de 1995 a 1998) e mais quatro (de 2003 a 2006)".
Menor idade penal
Ao falar da violência, disse que nos oito últimos anos a Bahia fez mais vítimas que na guerra do Afeganistão, com 37 mil baianos assassinados. "Explosão de caixa eletrônico e banco virou brincadeira na Bahia, e você não vê uma atitude do governador", disse.
Geddel defendeu redução da maioridade penal, cuja proposta consta na reforma do Código Penal em tramitação no Congresso.
"Não é concebível que um jovem de 16 anos, que vote, tenha filho e constitua família não seja responsabilizado quando comete, sobretudo, os crimes hediondos".