O petista Rui Costa (centro) cobriu o trajeto do 2 de Julho ao lado do candidato ao Senado pelo PT O
O candidato da base do governo, deputado Rui Costa (PT), seguiu no cortejo do 2 de Julho em um grupo separado do governador Jaques Wagner, principal padrinho político dele.
Rui Costa chegou a ser requisitado para fotos, mas os pedidos partiam quase sempre de pessoas vestidas com as camisas usadas por funcionários do governo do estado e militantes políticos.
O candidato petista chegou à concentração para o desfile dizendo-se pronto para eventuais homenagens, entretanto, na maior parte do trajeto ele passou despercebido pelo público que assistia ao desfile cívico.
Por outro lado, Rui Costa praticamente não sofreu as vaias que acompanharam o governador nos dois últimos desfiles.
Preparado para vaias
"Qualquer pessoa pública tem que estar preparada para os aplausos e eventualmente para as vaias. Quem não estiver preparado para isso, é melhor nem ser artista, político ou jogador de futebol. Eu não conheço um desses que nunca tenha tomado uma vaia. Se não estiver preparado para isso, é bem melhor ir atuar em outra área. Área que tem apelo popular vai ter aplausos e vai ter vaias também", disse Costa.
Fiel ao discurso que vem adotando na campanha, de ressaltar a origem humilde, o candidato lembrou que fez parte do trajeto do 2 de Julho diversas vezes quando morava no bairro da Liberdade e estudou na antiga Escola Técnica, atual Instituto Federal da Bahia (Ifba).
Campanha
Segundo Rui Costa, as pesquisas internas realizadas pelo PT indicam um grau elevado de desconhecimento, o que pretende modificar no período do horário eleitoral na tevê e rádio. "Eu acredito que a campanha vai esquentar mesmo nos debates e quando chegar o horário eleitoral. Eu acho que o povo divide isso como numa partida de futebol. Sabe que treino é treino e jogo é jogo. Então, o povo gosta de ver os candidatos confrontarem ideias até para perceber quem está mais preparado para governar", disse.
Segundo Jaques Wagner, ele e Rui Costa não teriam desfilado separados por nenhuma estratégia.
"Organizar o 2 de Julho é quase impossível. É óbvio que ele tem que se apresentar, mas se fosse uma festa organizada, eu estaria ao lado dele. Mas quem organiza aqui? Eu digo sempre que o 2 de Julho é inorganizável, mas não tem como. Isso daqui é uma festa popular, não é uma parada como Sete de Setembro", avaliou o governador, destacando o caráter único da festa cívica baiana.
O governador afirmou estar "bastante satisfeito" com os primeiros dias de campanha do candidato petista, apesar de reconhecer que as pesquisas de opinião ainda não devam apresentar mudanças significativas no momento atual.
"A outra (pesquisa) que saiu registrada foi encomenda de um jornal, que evidentemente tem lado. Eu sempre digo que pesquisa nesta altura do campeonato ainda está distante da realidade, mas é possível que saia alguma registrada e que vai mostrar a realidade. Eu tenho certeza de que hoje a diferença de Paulo para Rui é inferior a dois dígitos, de 10% a 9%", disse.