Estudantes e integrantes de movimentos sociais formaram o "Comando de Caça ao Bush", que planeja "perseguir" o presidente norte-americano George W. Bush no itinerário da sua visita a São Paulo amanhã. O objetivo da ação, organizada pela Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), é chegar perto de Bush e fazer barulho com irreverência.
Os manifestantes vão se reunir às 9h no Monumento dos Bandeirantes, no Parque do Ibirapuera, São Paulo. De lá, partirão em ônibus e carros de som emprestados por sindicatos e uniões estudantis à procura do presidente norte-americano. Se não for possível encontrar o "alvo" nem sua comitiva, os ônibus devem seguir para o Consulado dos EUA.
Os organizadores esperam conseguir reunir 20 ônibus e mil pessoas. Mas ainda não há nada definido. "Não é um movimento de massas, porque temos dificuldade logística e queremos evitar confrontos", disse Ticiana Álvares, diretora de comunicação da União da Juventude Socialista (UJS), que faz parte do Comando de Caça. A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) providenciará ônibus para levar jovens das escolas até o Ibirapuera.
Bonecos e máscarasHaverá bonecos e máscaras do presidente norte-americano, que estão sendo confeccionados há alguns dias, narizes de palhaço, apitos, e bastante tinta vermelha, para representar o sangue dos mortos na Guerra do Iraque e na invasão do Afeganistão.
Na Marcha das Mulheres, que está ocorrendo hoje na Av. Paulista para comemorar o 8 de março e protestar contra Bush, serão distribuídos panfletos do Comando de Caça. Integram o movimento Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Nacional dos Estudantes (UNE), UBES.
O PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vai receber Bush, também apóia o Comando de Caça. Em entrevista concedida ao site do partido na segunda-feira, o presidente da sigla Ricardo Berzoini disse: "O PT, como partido, tem sua opinião de maneira até mais contundente que a do governo e manifesta sempre seu desacordo em relação à maneira como os EUA se comportam no cenário mundial, tanto na questão política, comercial, militar e ambiental. Os EUA têm tido uma postura negativa nesses quatro aspectos. Portanto, o partido se manifesta de maneira adequada e também se integra aos movimentos sociais nos protestos contra o Bush de maneira geral".
Segurança
"Perseguir" Bush vai ser difícil. O Exército brasileiro recomendou à CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) que o itinerário do presidente dos EUA não seja divulgado por questões de segurança. Áreas da Zona Sul de São Paulo foram interditadas e ruas das proximidades do Hotel Hilton Morumbi, onde Bush ficará, foram bloqueadas por caminhões do Exército.
Além disso, a visita de Bush conta com um forte esquema de segurança norte-americano e brasileiro - serão cerca de 4.000 homens da força brasileira, 1.000 deles da Polícia Militar - inclusive com serviços de inteligência.