O PMDB de São Paulo oficializou hoje apoio à reeleição do deputado Michel Temer (PMDB-SP) na presidência nacional da legenda. A principal ausência sentida no evento do diretório paulista foi do próprio candidato, que foi a Brasília para se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir a participação do PMBD no ministério. "Michel Temer até tentou postergar o encontro com o presidente Lula para participar deste evento, mas não foi possível", explicou o presidente regional da legenda, ex-governador Orestes Quércia.
Segundo Quércia, a "tendência" é que Temer e o outro pré-candidato, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, cheguem a um acordo para que apenas uma chapa seja inscrita para a Convenção Nacional prevista para março. "Entendemos que não pode haver duas candidaturas, porque esta disputa racharia o partido. Pela primeira vez, nos últimos anos, vemos um entendimento partidário, em torno da participação no governo Lula, e uma eleição poderia interromper este bom momento", avaliou Quércia, em entrevista coletiva.
Na visão do presidente estadual, ao convidar Temer para discutir a presença do PMDB no governo, o presidente Lula deu um "sinal de fortalecimento" à candidatura Temer pela reeleição. "Dizem que o ministro Jobim seria o nome favorito do presidente Lula, mas o convite para debater o ministério com o Temer foi uma clara demonstração de fortalecimento da reeleição de Temer e de sua interlocução com o presidente da República", argumentou.
Caso a candidatura Jobim seja mantida, Quércia admitiu que poderá haver votação dos cerca de mil delegados partidários. "Acho mais provável que não exista disputa, mas, pelo estatuto do partido, poderia haver uma votação na Convenção Nacional. Neste caso, tudo pode acontecer", declarou, referindo-se a uma nova fricção entre as correntes partidárias. Sobre a participação do PMDB no ministério, Quércia declarou que deveria ser "no mínimo equivalente" à participação do PT. "O PT só ganhou a presidência da Câmara com o apoio do PMDB. Para o bem da governabilidade, os dois partidos deveriam ter presença equivalente no governo", opinou.