No principal pólo político petista do interior de São Paulo, a região de Ribeirão Preto, o PT se dividirá entre manter e retomar as prefeituras nas eleições municipais deste ano. Em Araraquara e São Carlos, após oito anos no poder, os prefeitos Edinho Silva e Newton Lima, respectivamente, tentam eleger os sucessores. Já em Ribeirão Preto e Franca, tradicionais redutos do partido no passado, a missão é derrotar o favoritismo dos atuais prefeitos tucanos.
Em Ribeirão, com 388,69 mil eleitores, e Franca, com 209,70 mil, os candidatos podem ter duas chances na disputa, pois serão dois turnos, como em todas as cidades com mais de 200 mil votantes, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Franca, que tinha 193,91 mil eleitores em 2004, terá segundo turno para prefeito pela primeira vez.
Já em São Carlos, com 154,47 mil eleitores, e Araraquara, com 144,39 mil aptos a votar, o pleito disputa ocorrerá apenas em uma etapa. Em Araraquara, um dos municípios paulistas mais prestigiados politicamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a briga pela sucessão de Edinho Silva, presidente estadual da sigla, ficará dentro da base governista federal. A candidata a prefeito Edna Martins (PT), da Frente Popular Araraquara Não Pode Parar (PT-PRP-PV-PSC-PSB-PR), presidente da Câmara Municipal, tem como principais adversários os candidatos Marcelo Barbieri (PMDB), empresário e ex-deputado, da Coligação Azul (PMDB-PRB-PSL-PPS-DEM-PMN-PCdoB), e Waldemar de Santi (PP), da Coligação Experiência, Honestidade e Competência (PP-PTB-PSDC-PHS).
Ainda disputam a administração municipal de Araraquara os candidatos Pedro Tedde (PSDB), Eraldo Strumiello (PSTU) e José Eduardo Oliveira (PSOL). Na vizinha São Carlos, o candidato Oswaldo Duarte Filho (PT), da Coligação O Trabalho Sério Vai Continuar (PT-PCdoB-PMDB-PDT-PR-PTB-PRP-PSC-PTC), tenta seguir o caminho do prefeito Newton Lima (PT). Duarte Filho e Lima são ex-reitores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O candidato do PT a prefeito de São Carlos renunciou ao cargo na UFSCar para concorrer à sucessão do prefeito.
Na briga para tirar o PT do poder estão, entre outros, os empresários Paulo Altomani (PSDB), da Coligação Agora É São Carlos (PSDB-PV-PSDC-PHS-PTdoB-PMN-PPS), que disputa o cargo pela quinta vez seguida, e Airton Garcia (DEM), ex-vice-prefeito entre 1997 e 2000, da Coligação A Força do Povo (DEM-PTN-PSL-PP-PRTB. Completam o quadro de concorrentes, duas candidatas: Julieta Lui (PSOL), da Coligação Frente de Esquerda Socialista (PSOL-PSTU) e Regina Bortolotti (PSB).
Ribeirão PretoEm Ribeirão Preto, principal colégio eleitoral da região e uma das cidades pioneiras em gestões municipais petistas no Estado, com o ex-prefeito e deputado Antonio Palocci (SP), em 1992, a agremiação entra como coadjuvante na corrida eleitoral. A briga deve polarizar-se entre dois candidatos de centro-direita. O prefeito Welson Gasparini (PSDB) busca o quinto mandato pela Coligação Progresso e Modernidade (PSDB-PP-PSB-PTC-PSDC) e tem como maior adversária a deputada estadual Dárcy Vera (DEM), da Coligação Ribeirão Para Todos (DEM-PMDB-PMN-PSL-PV-PTdoB-PSC-PR-PHS-PTN-PRTB-PPS-PRB).
O advogado e ex-secretário de Negócios Jurídicos da gestão Antonio Palocci (1993-1996) Feres Sabino, da Coligação Por Uma Ribeirão Mais Saudável (PT-PRP), deve dividir posições intermediárias com o deputado estadual Rafael Silva (PDT), da Coligação Compromisso com a Verdade (PDT-PCdoB), seguidos do engenheiro Daniel Lobo (PTB), do empresário Rubens Chioratto (PSOL) e do professor de ensino médio Mauro da Silva Inácio, da Frente de Esquerda Classista e Socialista (PSTU-PCB).
Governada entre 1997 e 2004 pelo ex-prefeito Gilmar Dominici (PT), Franca tem o prefeito Sidnei Franco da Rocha (PSDB), da Coligação Somos Todos Franca (PSDB-PTN-PTB-PP-PMDB-PMN-PRB-PSDC-PSB-DEM), na disputa pela reeleição. No entanto, diferentemente de Ribeirão, o principal adversário de Rocha deve ser o vereador Gilson Pelizaro (PT), da Coligação A Vontade do Povo (PT-PPS-PCdoB). Ainda estão na corrida o relações-públicas Cristiano Rodrigues (PV), da Coligação Nova Geração (PV-PRP-PHS-PSC), o advogado Jorge Luis Martins (PSOL) e o historiador Tito de Oliveira (PCB).
O PT considera o cenário em São Carlos e Araraquara como "favorável" por estar no Executivo municipal e admite uma situação desfavorável em Ribeirão e Franca, mas com possibilidade de reação, "com candidatos que têm história e inserção social nos municípios", disse o presidente estadual do partido, Edinho Silva. "O fato de essas duas cidades terem segundo turno facilita muito porque segundo turno é outra eleição e outro cenário, há uma reacomodação das forças", concluiu.