Com um acervo de 247 vereadores e 15 prefeitos no Estado, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) se prepara para a campanha eleitoral deste ano com a meta de eleger “cerca de 50 prefeitos e pelo menos uns 300 vereadores”. A informação é do presidente nacional da legenda, o ex-deputado federal Roberto Jefferson, que esteve esta semana na Bahia, onde participou de encontros regionais do seu partido nas regiões de Irecê e Conquista.
Inelegível até 2015, por conta da cassação do mandato de deputado federal em 14 de setembro de 2005, no auge do escândalo do mensalão (suposto pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio ao governo), Jefferson recebeu a A TARDE, na sede do PTB, para entrevista entoando uma ópera (“Canto para extravasar. E canto sempre”), mostrando que continua sendo um homem dotado de grande poder de oratória.
Na oportunidade, comentou sobre a sucessão presidencial (“tenho uma grande simpatia pelo Aécio Neves, o governador de Minas”), a tese do terceiro mandato para Lula, o atual Congresso e a posição do seu partido, o PTB. Que, pelo visto, continua aberto a negociações de todos os tipos: “Não vamos fechar a porta a nenhuma aliança”, garantiu.
Questionado sobre um possível terceiro mandato para o presidente Lula, defendido recentemente por ninguém menos que o vice-presidente da República, o Zé Alencar, Roberto Jefferson declarou que “se o Lula conspirar contra a ordem vigente por conta de um projeto pessoal para tentar se perpetuar no poder, vai se desgastar”.
“Eles dizem: ah, mas o Lula está hoje com 58% de aprovação! Tudo bem, mas eu lembro que o general Médici chegou a 84% de aprovação, num momento de sucesso da economia nacional. Então, não vale à pena Lula gastar todo o prestígio que ele tem pra fazer um papelão destes junto a sociedade brasileira, conspirando contra a ordem democrática”, pontuou.
Sobre possíveis candidatos à Presidência, disse ver como fortes “o Serra, governador de São Paulo, o Ciro Gomes, e o Aécio Neves. Este um candidato fortíssimo, sem desgaste, leve e com a herança democrática do avô, Tancredo Neves. E que vem de um bom governo em Minas. A minha simpatia maior é pelo Aécio. Precisamos de um candidato que saia desse eixo PT paulista X PSDB paulista”.
Wagner só em 2014 – Quanto ao PT, Roberto Jefferson disse que o mesmo está sem opções para a disputa ao Planalto. “O nome preparado para isso era o Zé Dirceu, mas ele se alijou do processo político com o mensalão e não tem mais chances de ser presidente. O PT tem a Dilma. Mas ela ainda é muito contestada. A Marta Suplicy vai disputar a prefeitura de São Paulo, e nem o Berzoini nem o Tarso Genro são nomes pra eleição presidencial. Então, não vejo nome do PT para a Presidência”.
Ele destacou contudo que "quem poderia entrar nesta disputa mais tarde seria o governador Jaques Wagner, “mas não em 2010. talvez em 2014, se ele se reeleger governador da Bahia. Outro nome que vejo é o do governador de Sergipe, o Marcelo Deda, que eu confio que possa conquistar o eleitorado brasileiro”.
Sobre o Congresso Nacional após o escândalo do mensalão, Jefferson disse que “está melhor. Não se fala mais em mensalão no Congresso, isso acabou. E vejo que a opinião publica também está mais vigilante e a imprensa faz o papel dos olhos e ouvidos da situação nacional e está mais atenta aos acordos políticos, à montagem de uma base partidária pra o governo. A imprensa vigia e o Congresso melhora”, comentou Jefferson.