Criticado pelo ministro de Ações Estratégicas, Mangabeira Unger, o Bolsa Família foi defendido ontem pelo titular do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias. O ministro afirmou que o programa não pode ser visto como ?transitório? e as políticas sociais não são filantropia. Admitiu, porém, que nem todos os beneficiados deixarão a dependência do governo. Patrus disse que o programa atende ?trabalhadores de baixa renda?, pessoas que tiveram alguma formação e respondem a programas de capacitação, mas ponderou que nem todo o público é assim. ?Trabalhamos na perspectiva das crianças, dos filhos e netos. Porque são pessoas indigentes, que não tiveram seus direitos básicos atendidos e são hoje analfabetos, não sabem trabalhar, têm suas famílias desestruturadas?, disse.
Mangabeira disse, recentemente, que o foco dos programas de capacitação deve ser ?os menos pobres entre os pobres?, para que deixem a dependência. Patrus lançou ontem convênio com a construtora Norberto Odebrecht, que vai oferecer vagas de capacitação para 12 mil beneficiários do Bolsa Família em construção e mecânica. Cerca de 5 mil podem ser aproveitados na obra da hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia.
O convênio visa a acelerar o plano de qualificação dos beneficiários do Bolsa Família, lançado no segundo semestre de 2008 e longe de atingir a meta. ?Cometemos alguns equívocos, como lançar o programa em ano eleitoral, não priorizar a comunicação com as famílias e não fazer uma motivação adequada, como estamos fazendo agora?, admitiu Patrus. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.