O dono da Nely Transportes, Osvaldino Xavier de Oliveira, que se intitula ?o rei do entulho?, afirmou ontem que sua empresa foi o local onde houve a partilha dos R$ 2,2 milhões da qual teria participado o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF). Osvaldino contou que o empréstimo do espaço foi pedido por Valério Neves Campos, assessor especial do senador. ?Fiz um favor a um amigo?, disse ele, referindo-se a Valério.
O dinheiro, segundo o empresário, chegou ao pátio de sua empresa, no Setor de Transportes Rodoviários e de Cargas de Brasília, num carro-forte amarelo, guarnecido por vários seguranças armados. ?Tive até medo ao ver aquele montão de gente armada?, relatou Osvaldino.
A seguir, Valério lhe teria pedido uma sala para a contagem e separação das notas. Parte do dinheiro iria para Roriz e a outra seria devolvida ao empresário Nenê Constantino, dono da empresa aérea Gol, que teria feito um empréstimo ao senador. Roriz alega ter retirado só uma parte, R$ 300 mil, para a compra de uma bezerra. Esse valor seria um empréstimo de Constantino, a quem teria sido destinado o R$ 1,9 milhão restante.
Osvaldino explicou que presenciou apenas de longe a contagem do dinheiro. Os maços de notas teriam sido divididos em duas sacolas. Na maior, ele supõe ter sido colocado o R$ 1,9 milhão destinado a Constantino. Na sacola menor, ?do tamanho de uma bíblia?, segundo o relato, estariam os R$ 300 mil. Osvaldino é investigado pelo Ministério Público por suspeita de ser laranja de Roriz. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.