O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disse hoje, em São Vicente, na Baixada Santista, que as questões da empresa Gold Stone Publicidade e Propaganda com a Receita Federal se restringem à companhia e não dizem respeito à campanha para presidente em 2002 e nem ao partido. "A campanha teve suas contas aprovadas, integralmente. Agora, se uma ou outra empresa não pagou imposto, se ela, a empresa, trabalhou para campanha, trabalhou para o partido, e não pagou imposto, o problema é dela. É como você comprar uma cocada, na estrada, e quem vendeu não pagou imposto, a responsabilidade é da pessoa, não é de quem comprou", afirmou Serra, que citou ainda compras numa loja.
"Você vai numa loja, você compra, se a loja tiver problema fiscal o problema é dela; o importante é que você faça as coisas bem-feitas", completou. Ele insistiu ainda que os serviços da Gold Stone Publicidade foram contratados pela legenda e que as despesas foram atribuídas, "equivocadamente", à campanha. "Portanto, esses eventos, na verdade, não são da campanha, são do partido, e, no que se refere à campanha, foi tudo aprovado, direitinho, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já há muitos anos", afirmou.
A Gold Stone é apontada pela Receita como uma das empresas com dificuldades em notas fiscais usadas pelo comitê da sigla na campanha de Serra em 2002. Criada em 1996, a empresa nunca teria recolhido impostos federais, nem mesmo o referente ao pagamento de R$ 251 mil que recebeu do comitê tucano na ocasião, conforme registra a página do TSE na internet (www.tse.gov.br).
Sobre a privatização da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), o governador de São Paulo afirmou que espera que a empresa seja vendida por um valor acima do preço mínimo anunciado, de R$ 6,6 bilhões, para poder fazer fortes investimentos na infra-estrutura do Estado. "Foi anunciado o preço mínimo; agora, tem de ter o leilão, que vai ser em março, daí nós vamos ver. Espero obter o máximo de resultados. Vamos pegar todo esse dinheiro e vai todo para investimento nas áreas que São Paulo mais necessita", disse, mencionando obras no metrô, Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), transportes urbanos, estradas, escolas técnicas e no Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) da região, espécie de metrô de superfície que, na primeira fase, ligará Santos a São Vicente.