Ao visitar as Obras Sociais de Irmã Dulce, Serra percorreu unidades de atendimento de saúde e túmulo
Enfrentando pressões internas no PSDB para que resolva se continuará no partido ou se entrará na disputa para ser o nome da legenda para eleição de presidente da República no próximo ano, o ex-governador José Serra (PSDB) deixou a definição para adiante. Um dia vou me entrevistar e perguntar isso (seus planos para 2014), disse ao visitar, nesta terça-feira, 6, as Obras Sociais Irmã Dulce.
Aparentemente, ainda sem saber que o nome do senador Aécio Neves fora consagrado como candidato alegou estar "menos preocupado com o futuro e mais preocupado com o Brasil, hoje, com a deterioração que vem acontecendo na economia, no atendimento de políticas sociais, que é o caso da saúde". E acrescentou: "Acho que foi um equívoco antecipar a campanha eleitoral porque não é ela que enche barriga, que proporciona melhora e aponta rumos; ao contrário superficializa até o debate".
Segundo Serra, após as manifestações de rua, é preciso identificar as questões fundamentais, e, quanto à eleição, há muito tempo.
Temas locais - Apesar disso, manteve o discurso de candidato, muito semelhante ao que usou na campanha de 2010, quando visitava a Bahia, procurando sempre tratar de temas locais. Foi o que ocorreu quando indagado sobre o escândalo do metrô de São Paulo.
Deu uma resposta curta, na mesma linha que o governador paulista Geraldo Alckmin vem adotando. "Se tem irregularidade, há todo interesse do governo de São Paulo saber até para que seja ressarcido dos prejuízo que isso tiver causado", disse.
Escândalo - Ele disse que há problemas no metrô de Salvador e culpou o governo federal pelos atrasos da obra. "O metrô de Salvador é um escândalo. Está aí desde o final dos anos 90. Era uma linha de 12 quilômetros e foi dividida em dois e não sai do lugar. Enquanto isso, o governo federal está tocando o projeto do trem-bala entre Rio e São Paulo, que as populações dessas duas cidades não querem. Querem é mais metrô e não um projeto de R$ 70 bilhões. Ora, esse projeto do metrô de Salvador, com R$ 1 bilhão poderia ter resolvido", disse. Culpou o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela paralisação das obras.
Considerou um absurdo completo o fato de uma cidade do tamanho de Salvador não ter sistema de metrô e criticou o atraso de outra obra federal, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste.
"O Lula, na campanha de 2010, quando eu vinha aqui (na Bahia) todo mundo acreditava que ele, ou a Dilma, iria entregar essa ferrovia, que é tão importante para o desenvolvimento da Bahia", disse, lembrando que ela foi prometida para ser entregue em 2012.
"No entanto, foram feitos apenas 15% dela. Muita conversa e pouca ação". Depois de percorrer as instalações do Hospital das Obras Sociais Irmã Dulce, Serra foi à prefeitura para uma visita de cortesia a ACM Neto.