Bolsonaro defendeu a soberania do território brasileiro
Atacado pelos incêndios na Amazônia, o presidente Jair Bolsonaro defendeu a soberania do território brasileiro em seu discurso inaugural da Assembleia Geral das Nações Unidas, nesta terça-feira, 24.
"É uma falácia dizer que a Amazônia é um patrimônio da humanidade e um equívoco, como atestam os cientistas, afirmar que a Amazônia, a nossa floresta, é o pulmão do mundo", afirmou.
"A Amazônia não está sendo devastada nem consumida pelo fogo como diz a imprensa mentirosamente", assegurou Bolsonaro, em seu primeiro discurso na ONU.
Também criticou que, "valendo-se dessas falácias, um ou outro país (...) embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa e com espírito colonialista e questionaram aquilo que nos é mais sagrado: nossa soberania".
Usando camisetas verdes e exibindo um boneco gigante de Bolsonaro e um cartaz com os dizeres "Bolsonaro, uma ameaça à Terra", manifestantes protestaram em frente à ONU durante seu discurso.
"A Terra está queimando, a Amazônia está queimando, Bolsonaro é um mentiroso!", gritavam durante os protestos.
O presidente brasileiro, um cético em relação às mudanças climáticas e que defende a exploração comercial em áreas de preservação ambiental e indígena, costuma assegurar ao mundo que a situação na Amazônia está sob controle.
Mas o desmatamento dobrou na primeira metade do ano, e os incêndios - causados principalmente por agricultores e madeireiros - quase triplicaram em agosto em relação ao ano anterior, causando uma crise internacional.
O presidente francês, Emmanuel Macron, chegou a propor conceder à Amazônia um "status internacional", uma idéia que ultrajou Bolsonaro e que levou o presidente brasileiro a acusar o colega francês de querer restringir a soberania do Brasil.
Essa foi "uma proposta absurda", disse Bolsonaro na ONU.
Segundo dados oficiais, o desmatamento da Amazônia brasileira praticamente dobrou entre janeiro e agosto, e este ano representa o equivalente a 640.000 campos de futebol.
Bolsonaro fez um elogio ao ministro Sérgio Moro
O presidente Jair Bolsonaro fez um elogio ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, em seu discurso. Bolsonaro afirmou que presidentes que o antecederam "desviaram centenas de bilhões de dólares comprando parte da mídia e do parlamento, tudo por um projeto de poder absoluto", mas foram "julgados e punidos graças ao patriotismo, perseverança e coragem de um juiz que é símbolo no meu país, o Doutor Sérgio Moro."
O mandatário brasileiro, ao dizer que o Brasil reafirma seu compromisso com os direitos humanos e com a defesa da democracia, afirmou que esses valores "caminham juntos" com o combate à corrupção e à criminalidade. Bolsonaro disse que, devido a medidas tomadas em seus primeiros meses de governo, o número de homicídios no País caiu mais de 20%. O presidente também mencionou a extradição do italiano Cesare Battisti para a Itália e disse que "terroristas sob o disfarce de perseguidos políticos não mais encontrarão refúgio no Brasil."
O presidente prometeu seguir contribuindo, dentro e fora das Nações Unidas, para a construção de um mundo sem impunidade e sem "esconderijo ou abrigo para criminosos e corruptos", e disse que o Brasil está, hoje, mais seguro e hospitaleiro. "Com mais segurança e com essas facilidades, queremos que todos possam conhecer o Brasil", afirmou o presidente, citando que o País já estendeu isenção de vistos para Estados Unidos, Japão, Austrália e Canadá e estuda adotar medidas similares para outros países, como China e Índia.