Indicação para a presidência da CMO é vista como uma importante prévia para a eleição à presidência da Câmara em fevereiro de 2021
A disputa pela presidência da Comissão Mista de Orçamento (CMO), responsável por analisar os projetos de Lei que definem os gastos do executivo, avaliar como tais recursos devem ser aplicados e apontar eventuais irregularidades, têm movimentado o ambiente interno da Câmara dos Deputados.
Principal cotado para presidir a comissão, o deputado baiano Elmar Nascimento (DEM), em entrevista ao programa Isso é Bahia de A Tarde FM (103.9) nesta quarta-feira, 14, afirmou que a disputa interna com o deputado Arthur Lira (PP-AL), líder do Centrão, vai contra um acordo prévio feito entre os blocos para definir a indicação para a função e que o ambiente está "contaminado" por conta da expectativa em relação a sucessão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
"Desde fevereiro, quando formamos um bloco majoritário que tinha o direito de indicar o presidente, nós fizemos um acordo nesse sentido e no parlamento acordos são feitos para serem cumpridos. O ambiente está um pouco contaminado por conta da sucessão que vai haver daqui a três meses", afirmou Elmar referindo-se ao quadro da possível sucessão de Rodrigo Maia na presidência da Câmara dos Deputados.
Prévia para sucessão
Na última terça-feira, 6, o presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), cancelou pela segunda vez consecutiva a instalação da comissão, que é centro de embates entre o Lira e Rodrigo Maia, já que a indicação para a presidência da CMO é vista como uma importante prévia para a eleição à presidência da Câmara em fevereiro de 2021.
De acordo com Elmar, a atuação de Maia durante seu mandato será um ponto chave para a obtenção do apoio do bloco da oposição e subsequentemente, a manutenção do cargo nas mãos do seu bloco.
"Hoje na Câmara existem três blocos informais. O bloco de partidos que transitam em torno do presidente Rodrigo Maia, o centrão raiz, que está na base do governo e é liderado pelo Arthur Lira e a oposição. Se dois desses três blocos se juntarem, vão conseguir formatar o melhor caminho para a sucessão. O Rodrigo tem uma relação muito próxima com os parlamentares então acho que o nosso bloco, nesse sentido, está mais próximo da oposição e tem mais condições de eleger o próximo presidente da Câmara”, disse.
Questionado se o seu nome estaria no páreo caso o STF profira decisão desfavorável para a reeleição de Maia, Elmar salientou que qualquer decisão nesse sentido só poderá ser tomada após a decisão do Supremo.
"Pode ser o próprio Rodrigo Maia, se o Supremo Tribunal Federal interpretar que é ele teria direito de ser reconduzido, ou outro que consiga mostrar que tem condições de angariar mais apoio. Eu acho que o start disso aí virá a partir da votação do segundo turno das eleições municipais. Nós tivemos um ano muito atípico com a pandemia, o que atrasou várias votações importantes para frear a recessão no país. No momento certo a questão da sucessão vai ser iniciada e aí veremos aquele que tem as melhores condições de dar continuidade ao mesmo estilo de presidência que o Rodrigo fez ao longo desses cinco anos", ponderou