Davi Alcolumbre é visto como um presidente alinhado com a agenda econômica do governo Bolsonaro
Apesar de ter comemorado a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que acabou a com a possibilidade de reeleição dos presidentes da Câmara de Deputados e do Senado , Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), o Palácio do Planalto ganhou um problema a mais para solucionar.
Isso em razão de Alcolumbre ser visto como um presidente alinhado com a agenda econômica do governo Bolsonaro, além de atuar para melhorar o diálogo entre o Legislativo e Executivo.
Para piorar, de acordo com relatos obtidos pelos jornais Folha de S. Paulo e O Globo, Alcolumbre ficou bastante irritadoo com a postura do Planalto em todo o processo. Mesmo alinhado ao governo Bolsonaro, ele se sentiu abandonado pelo Executivo que queria, a todo custo, barrar a reeleição de Rodrigo Maia na Câmara. Além disso, tem dito a aliados que vai trabalhar na construção de um candidato alinhado a ele e não ao Planalto.
Como maior bancada no Senado, o MDB sai na frente pra fazer o sucessor de Alcolumbre. E, do partido, os dois candidatos que mais agradam o governo e o opresidente Bolsonaro são os senadores Fernando Bezerra (PE), líder do governo, e Eduardo Gomes (TO). Mas Alcolumbre já sinalizou que não deverá apoiar nenhum dos dois.
O cenário que mais preocupa o Planalto, sobretudo a equipe econômica, seria uma eleição do senador Eduardo Braga (MDB-AM). Isso em razão das ações do parlamentar para obstruir diversas votações na Casa, como a Lei do Gás e a autonomia do Banco Central, além dos vetos das desonerações e do saneamento.
A decisão do STF não será alvo de recurso de Davi Alcolumbre. Ele pontuou a aliados que, como presidente do Congresso, precisa respeitar o Judiciário.
O senador estava até o começo da tarde em Macapá, onde votou na eleição adiada para a prefeitura da capital — seu irmão, Josiel (DEM), foi para o segundo turno em primeiro lugar — e viajou para Brasília, onde deve se encontrar pessoalmente com diversos senadores nos próximos dias.
Para ganhar mais influência nas escolhas da presidência da Câmara e do Senador, o governo poderá fazer mudanças estratégicas nos ministérios para acomodar aliados. As mudanças são consideradas fundamentais para que o governo Bolsonaro consiga emplacar nomes no comando das duas casas legislativas.