O deputado Arthur Lira (PP-AL) lançou sua candidatura à presidência da Câmara com apoio de Bolsonaro
Aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e líder do PP, o deputado Arthur Lira (AL) lançou sua candidatura à presidência da Câmara Federal nesta quarta-feira, 9. Ao seu lado havia representantes de bancadas que somam 160 deputados. Para ser eleito, ele precisará de ao menos 257 votos. A eleição será no dia 1º de fevereiro.
Lira é também líder do Centrão —grupo de partidos que se aproximou do governo após a liberação de cargos e emendas. “Para que a gente possa tocar os próximos dois anos de uma maneira diferente de como a Casa vem sendo administrada. Não que venha sendo mal administrada, mas cada presidente tem a sua marca”, disse Lira.
Mesmo com deserções no bloco, o grupo do candidato do governo se mostra, até o momento, mais coeso e maior que o entorno de Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara, que tenta eleger um sucessor independente em relação ao Palácio do Planalto.
A estratégia de Lira foi sair na frente e já oficializar a campanha ao cargo enquanto Maia tenta unir o bloco independente —com 106 membros e formado por MDB, PSDB, DEM, Cidadania e PV— em torno de um candidato.
Lira prometeu um ambiente de liberdade na Câmara e de respeito ao tamanho dos partidos. “As relatorias vão voltar a ser pela proporcionalidade partidária. Os relatores terão autonomia sobre seus relatórios”, declarou.
Também disse que as pautas das sessões seriam conhecidas com antecedência por todos os deputados. Durante a pandemia essa é uma reclamação constante na Câmara. Segundo ele, na sua eventual gestão, o colégio de líderes deve se reunir sempre às quintas-feiras para que os deputados "saibam com antecedência" as pautas.
Estavam na mesa ao lado de Lira, o presidente do PP, Ciro Nogueira, e os deputados Wellington Roberto (PL-PB, líder), Diego Andrade (PSD-MG, líder), Luís Tibé (Avante-MG, líder), Fred Cota (Patriota-MG, líder), Zé Silva (Solidariedade-MG, líder), Eros Biondini (Pros-MG), André Ferreira (PSC-PE, líder), Margarete Coelho (PP-PI)
Ciro Nogueira também afirmou que Lira está próximo de formalizar o apoio do PTB. Nesse caso, além dos 160 representados na mesa, o apoio pularia para 171 deputados. Se todos esses deputados votarem em Lira é praticamente certo que ele chega ao menos no 2º turno.
Conforme apurou o site de notícias Poder360, no entorno de Lira há a expectativa de obter apoio também de PSB e do Republicanos. Com mais esses 2, seriam 63 sob a influência do candidato do PP.
O PSB teve uma reunião virtual da bancada na tarde desta terça. Cerca de 18 deputados se manifestaram a favor de encaminhar um bloco com Arthur Lira. O partido soma 31 representantes na Câmara.
Mais cedo, Rodrigo Maia disse que o governo Jair Bolsonaro está “desesperado” para ter um aliado na presidência da Câmara para pautar projetos de costumes e "desorganizar" a agenda do meio ambiente.
Maia ponderou que os dois principais grupos que disputam o comando da Casa defendem a mesma agenda liberal na área econômica, em sintonia com o governo. Portanto, diz Maia, o interesse do Palácio do Planalto em interferir no pleito seria para avançar nas pautas de costumes e armamentista.