Bolsonaro apoiou o prefeito na última eleição municipal: "O melhor candidato"
O presidente Jair Bolsonar (sem partido) apoiou explicitamente candidatos em algumas regiões durante a campanha municipal deste ano. Nas capitais, Bolsonaro apoiou Celso Russomano, em São Paulo, e no Rio de Janeiro, a Marcelo Crivella (Republicanos).
No caso de Crivella, o presidente gravou vídeo por entender que o prefeito seria o melhor candidato. Na TV, a campanha de Crivella usou das imagens do presidente e de seus assessores.
Agora, com a prisão de Crivella nesta terça, 22, o planalto teme que a prisão seja associada a um político apoiado por Bolsonaro. De acordo com o site G1, fontes ligada ao governo afirmaram que, por um erro de estratégia do presidente na campanha, o Planalto deu de “bandeja” à oposição a possibilidade de exploração da prisão de Crivella como um caso de um aliado do presidente - e vão colar o episódio à imagem do governo federal.
Desde o começo da campanha, assessores do presidente avaliavam como um erro a estratégia de associar a imagem do Planalto a candidatos que não fossem da família, como Carlos Bolsonaro e Rogéria Bolsonaro.
Bolsonaro justificava seus apoios por querer evitar o contrário: aquele candidato que ele não apoiou, se ganhasse e fosse preso ou tivesse problemas com corrupção, ele poderia dizer à população que estava do outro lado, como parte do seu discurso de apoio ao combate à corrupção.
Como exemplo, citavam o tempo todo o destino Wilson Witzel. Preso, Bolsonaro explorou politicamente a situação o tempo todo, dizendo que o governador buscara seu apoio, mas ele nunca deu. “E olha o que aconteceu”.
No caso de Crivella, no entanto, o efeito foi exatamente o contrário. Agora, o prefeito, chamado de “Crivella Witzel”, por Eduardo Paes no último debate da TV Globo, vai ser chamado, na avaliação de interlocutores do presidente, de um “aliado de Bolsonaro que foi preso”.