Maia acusou Pazuello de irresponsabilidade na defesa do tratamento precoce da Covid-19
Para o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, cometeu crime ao defender o tratamento precoce e por ter rejeitado as tentativas da Pfizer de oferecer mais vacinas ao país.
Maia, que está em seus últimos dias à frente do comando da Câmara e em disputa com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na disputa pela presidência da Casa, tem subido o tom contra o governo federal.
O democrata concedeu entrevista na tarde desta segunda, dois dias após o procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitar ao STF (Supremo Tribunal Federal) abertura de inquérito para apurar a conduta de Pazuello no colapso da saúde pública em Manaus.
“Nossa prerrogativa do impedimento de um ministro é só conectada ao presidente da República, mas em relação ao ministro eu não tenho dúvida nenhuma de que tem crime”, disse Maia em coletiva de imprensa, em que defendeu a abertura uma CPI da Saúde. “Pelo menos o ministro da saúde já cometeu crime, eu não tenho dúvida nenhuma.”
Maia acusou Pazuello de irresponsabilidade na defesa do tratamento precoce da Covid-19, com a divulgação de medicamentos que não têm eficácia comprovada contra a doença, como a cloroquina e ivermectina.
“Tudo isso caracteriza um crime e a PGR já está investigando”, afirmou.
“Se o ministério da Saúde não respondeu à Pfizer é crime. Crime contra a população brasileira. Qual o nome técnico eu não sei, eu não sou advogado. Mas de não ter respondido a pfizer, ter tratado de forma irrelevante o alerta da Pfizer, pra mim é crime”, disse.
De acordo com Maia, a CPI poderia esclarecer as responsabilidades envolvendo a recusa à oferta da farmacêutica, questão que afirmou ser a “mais grave de todas, num momento onde a segunda onda vem com muito mais força, é mais letal, mais pessoas precisam de UTI.”
Maia avaliou que as justificativas de Pazuello não foram razoáveis. “É crime. Porque poderíamos estar usando a vacina da Pfizer também como poderíamos estar usando a da Moderna e não estamos usando porque o governo durante muito tempo, até semana passada, também se negava a conversar com a Embaixada da China, com a China”, criticou.