Ernesto Araújo voltou a atacar a censura nas redes sociais e as medidas de enfrentamento ao novo coronavírus
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, abriu a 46ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que aconteceu nesta segunda-feira, 22, com ataques à censura nas redes sociais e as medidas de enfrentamento ao novo coronavírus. O encontro aconteceu de maneira remota e virtual, pela primeira vez, em decorrência da pandemia.
O ministro argumentou que "sociedades inteiras estão se habituando a ideia de que é preciso sacrificar a liberdade em nome da saúde".
"Não critico as medidas de lockdown e semelhantes, que tantos países aplicam, mas não se pode aceitar um lockdown do espírito humano, o qual depende da liberdade e dos direitos humanos para exercer-se em sua plenitude", prosseguiu.
Após a fala, Ernesto criticou o "tecnototalitarismo" e disse que as redes sociais se tornaram mecanismos de controle e censura dificultando a liberdade de expressão.
Ernesto pediu que os outros países avancem os debates sobre esse tema. "Nossa tarefa é garantir que as tecnologias sirvam para engrandecer o ser humano, e não para submetê-lo ou apequená-lo, transformando cada homem e mulher em uma simples coleção de dados a serem explorados", disse.
Nos últimos meses, plataformas como Twitter e Facebook tomaram medidas mais firmes para conter a circulação de notícias falsas e mentiras, muitas vezes disseminadas por líderes de direita.
No caso de maior repercussão, o Twitter bloqueou o perfil do ex-presidente dos EUA Donald Trump, visto como aliado pelo governo Bolsonaro, depois que ele divulgou uma série de informações falsas sobre a eleição americana.
A manifestação de Ernesto foi isolada, já que representantes dos outros países que estavam na sessão defenderam as restrições utilizadas em combate à pandemia e se posicionaram contra o ódio e a desinformação disseminadas nas redes sociais.