Dialogos mostram que operação não quis inserir parte de grampo mostrando que Lula não quis o apartamento I Foto: Fabrice Coffrini | AFP
A força-tarefa da Operação Lava Jato não incluiu em denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um diálogo captado em grampo telefônico por analisar que fortaleceria a tese do político de que ele não tinha envolvimento com o apartamento tríplex em Guarujá (SP).
Procuradores do Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR) conversaram, em 13 de setembro de 2016, sobre a inclusão de um trecho obtido por meio de uma interceptação telefônica de Mariuza Marques, funcionária da empreiteira OAS, encarregada da supervisão do edifício.
"Pessoal, especialmente Deltan [Dallagnol, coordenador da Lava Jato], temos que pensar bem se vamos utilizar esse diálogo da MARIUZA, objeto da interceptação. O diálogo pode encaixar na tese do LULA de que não quis o apartamento. Pode ser ruim para nós", escreveu o procurador Athayde Ribeiro Costa.
Os diálogos, apresentados nesta segunda-feira, 1º, pela defesa de Lula ao Supremo Tribunal Federal (STF), foram extraídos de mensagens obtidas por meio de um ataque hacker, alvo da Operação Spoofing. As informações são do portal UOL.
O MPF-PR vem reiterando não reconhecer a autenticidade das mensagens, feitas em grupo no aplicativo Telegram. Procurado, o MPF-PR ainda não se manifestou sobre o ponto abordado pelos advogados de Lula na petição.