Petista destacou que a Bahia é o segundo estado brasileiro com a menor taxa de mortalidade por Covid-19 | Foto: Shirley Stolze | Ag. A TARDE
Presente no 18º Fórum Mundial de Ética nos Negócios, que teve como temática 'Mudando Paradigmas em um Mundo Pandêmico: Como recuperar a confiança? Saúde, felicidade e ética', o governador Rui Costa (PT) defendeu políticas públicas universais na área de saúde, desde a atenção básica até a alta complexidade, com destaque ao combate à pandemia da Covid-19.
Em sua fala, o petista destacou que a Bahia é o segundo estado brasileiro com a menor taxa de mortalidade por Covid-19 e voltou a criticar o governo federal pelos altos números no país.
"O Brasil vive uma tristeza muito grande. Só ontem foram 4.135 óbitos no Brasil, já passamos de 330 mil mortes e infelizmente esse número está muito acelerado, com taxa de ocupação em torno de 80%, de 90%, em alguns estados 100% dos hospitais lotados, uma situação muito grave. Aqui no estado da Bahia, dos 27 estados federados do Brasil, nós somos a segunda menor taxa de mortalidade do Brasil, e mesmo assim, esta semana, chegamos a 15 mil óbitos. O presidente da República tem negligenciado de forma persistente o vírus, negado a existência e a gravidade, negado inclusive o papel da vacina. Só agora, com a queda drástica da sua aprovação, começou a reconhecer a vacina como uma ferramenta fundamental para tirar o Brasil da crise”, afirmou o governador baiano.
De acordo com Rui, o atraso na compra das vacinas, e na legalização de trâmites como a importação da Sputnik V pela Anvisa, tem dificultado a gestão da pandemia e a redução do número de casos.
“Tivemos a aprovação no Congresso Nacional de uma lei que tem a função de facilitar a compra pelos estados sub-nacionais. Nós fizemos uma compra internacional mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, órgão do governo federal, ainda protela a compra dessas vacinas, sem dar um horizonte concreto para reduzirmos o grau de contaminação no nosso País", pontuou.
Rui criticou ainda o projeto de lei recém aprovado na Câmara dos Deputados que autoriza que instituições privadas adquiram vacinas desde que doem a mesma quantidade de doses para o Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o governador, o projeto pode criar uma disparidade ainda maior entre as classes em um contexto que deveria ser global e de acesso igualitário.
“Um projeto de lei que permite que os ricos se vacinem antes dos pobres, indo infelizmente na contramão das políticas públicas que devem oferecer à população o acesso gratuito à saúde, da atenção básica à alta complexidade", disse.
"O Brasil vive um momento muito difícil. É um momento muito rico para se discutir ética e se discutir que mundo iremos construir depois dessa pandemia. O mundo que virá depois não será construído necessariamente quando acabar a pandemia. Nós construiremos ele a partir da pandemia, do combate à pandemia”, observou o chefe do Executivo baiano.