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No que depender das regras eleitorais, os que vão disputar as eleições de 2016, fiquem tranquilos: a minirreforma política que está sendo gestada só vai valer em 2018.
O Senado votou anteontem o projeto e até reformulou um item que veio da Câmara.
Explicando: a Câmara aprovou a doação de campanhas de empresas a partidos e o Senado proibiu isso. Além disso, abriu uma janela de 30 dias para quem quer mudar de partido. O projeto volta forçosamente para a Câmara. Para valer em 2016, teria de ser aprovado até o fim deste mês, o que equivale dizer: vai dar tempo? O senador Walter Pinheiro (PT) acha muito difícil. O deputado Benito Gama (PTB) também.
Noutras palavras, em 2016 teremos as regras de sempre, com um detalhe: já é previsível que com a Lava Jato haverá uma escassez de dinheiro generalizada.
Até porque os 'doadores' de sempre ou estão presos ou escaldados.
Pressão civil — Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já disse que vai trabalhar duro para mudar a decisão do Senado que proíbe doações de empresas para campanhas eleitorais. Crítico ferrenho do modelo, o senador Walter Pinheiro diz ter a esperança de que a sociedade civil faça pressão para manter.
- É a última esperança que temos.
Desencalhe cultural
Depois de muita embolada na gestão de João Henrique, finalmente o Conselho Municipal da Política Cultural (CMPC) vai desencantar. ACM Neto dá posse terça (15h) no seu gabinete aos 15 membros do poder público e 15 da sociedade civil eleitos em processo coordenado pela Fundação Gregório de Mattos.
Fernando Guerreiro, da FGM, festeja:
- É um grande avanço na construção de uma política de cultura inclusiva e democrática.
Solla e o TCE
O pleno do TCE aprovou ontem as contas da Secretaria da Saúde de 2009.
Jorge Solla, secretário à época, foi pessoalmente defender a gestão durante o julgamento, já que a coordenadoria do prejulgamento, capitaneada por auditores do tribunal, havia votado pela reprovação.
No frigir dos ovos, Solla goleou: 5 a 1.
"Há muito tempo já estava claro que esse processo não poderia continuar. Aqui não estou falando que ninguém é santo, nem que ninguém é demônio. Agora, não dá é para ficar mais dando uma de satanás pregando quaresma"
Walter Pinheiro, senador do PT baiano, festejando a vitória no Senado por 36 a 31 da emenda que acaba a doação de empresas nas campanhas.
Herança maldita
A Secretaria de Justiça e Cidadania herdou uma dívida de R$ 18 milhões da antiga Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). O dinheiro era para manter o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). O secretário Geraldo Reis diz que só vai ter como começar a pagar no final do mês.
- Até novembro queremos pagar R$ 12 milhões.
O resto fica para depois. Ou quando der.
Questão de altura
Ao dirigir-se a ACM Neto ontem na reinauguração do Largo de São Pedro, com o relógio, um dos antigos emblemas da cidade que estava jogado às traças funcionando, o frei Cristóvão, da Ordem dos Capuchinhos, bradou:
- Podemos dizer que temos um prefeito à altura de Salvador!
Os risinhos de canto de boca correram soltos com o comentário:
- Como Salvador encolheu, hein?...
A ironia é ao fato de Neto ser baixinho.
Esperando Brito
O deputado Euclides Fernandes (PDT) diz que o quadro sucessório de Jequié até agora está atípico. Todo mundo está esperando o deputado federal Antônio Brito (PTB) dizer se topa ser candidato a prefeito ou não.
Se sim, é o favorito absoluto. Se não, embola tudo. O mistério acaba este mês. Brito é eleitor de Salvador. Se quiser se candidatar, terá que transferir até 6 de outubro.
Em tempo: em Jequié, a prefeita Tânia Brito (PP) já disse que está fora.
Segundo tempo — Aliás, o Senado aprovou anteontem emenda do senador José Serra (PSDB-S) no bojo da reforma política que acaba a obrigatoriedade da fixação do domicílio eleitoral um ano antes da eleição.
Se a regra valer para 2016, Jequié ainda vai ficar na expectativa da decisão de Antônio Brito até junho, pelo menos.
A vez do abacaxi
Rui Costa vai amanhã a Iaçu inaugurar uma fábrica de barra de cereais, cooperativada, toda ela focada no abacaxi, caju e banana, a fim de fortalecer a agricultura familiar.
O prefeito Nixon Duarte (PMDB), de Iaçu, diz que a ideia é comprometer os prefeitos a comprar a maior parte da produção e inserir na merenda escolar.
- Todos saem ganhando. Os agricultores, a cooperativa e a merenda.
POUCAS & BOAS
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A secretaria de Políticas para as Mulheres da Bahia está causando furdunço entre jornalistas. Abriu edital de seleção pelo Reda e uma das vagas é para assessoria de comunicação. O problema: exigência de segundo grau completo.
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Não existe jornalista de segundo grau. Todos são de nível superior. E, além disso, o mercado está encharcado de jornalistas formados e desempregados. As entidades de classe acham um desserviço à categoria, que luta pela volta da obrigatoriedade do diploma na profissão.
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O prefeito de Caetité, José Barreira (PSB), conseguiu R$ 7 milhões de empréstimo na Desenbahia e hoje dá a ordem de serviço para a construção do centro administrativo local. São sete prédios que ele espera concluir até o fim de 2016.
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Em relação a nota publicado anteontem sobre uma festa rave no Bar Clube da Esquina, no Rio Vermelho, agentes da Sucom realizaram uma fiscalização no local e ontem consumaram a interdição. Moradores locais temiam que uma tragédia, como a da Boate Kiss, acontecesse lá.
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Italiano de nascimento e baiano de adoção, Cesare de Florio La Rocca, o fundador do Projeto Axé, recebeu ontem na Assembleia o título de Cidadão Baiano. A iniciativa da homenagem foi da deputada Maria Del Carmem (PT).
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Você tem uma boa história para contar sobre a Av. Sete de Setembro? Se tem, o jornalista e escritor Jolivaldo Freitas quer aproveitar. Ele está concluindo o livro sobre os 100 anos da avenida. Contato: jolivaldo.freitas@yahoo.com.br.
Colaborou: Luan Santos