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Walter Pinheiro é senador pelo PT
Crítico da má articulação política do governo Dilma, não de agora, mas desde sempre, o senador Walter Pinheiro (PT) disse em pronunciamento no Senado, esta semana, que o governo parece 'capa de chuva, a água bate e escorre, não fica nada'.
Depois Pinheiro explicou:
- À parte investigações da Lava Jato, veja como foi Dilma na Casa Civil (que faz a articulação política): primeiro botou Gleisi Hoffmann, depois Aloizio Mercadante, depois Jaques Wagner e agora Lula. Então, o problema não é a Casa Civil. O problema é ela, que não tem habilidade de gestora política. E agora, quando chamou Lula, que é admitir isso, foi na hora errada.
Ou seja, tarde demais. Na avaliação dele, a situação de Dilma é muito difícil:
- Tudo vai depender do PMDB terça.
Saída engatilhada — O deputado Lúcio Vieira Lima, o único do PMDB baiano em Brasília, dá como certa a saída do partido do governo, decisão a ser tomada terça:
- O diretório nacional tem 119 integrantes, com direito a 155 votos. Já fizemos e refizemos as contas e não tem jeito. Vamos sair. Até o diretório do Rio Grande do Norte, que tem o ministro Henrique Eduardo Alves (Turismo), já fechou com a gente.
Pergunta a Lúcio:
- Vocês sabem que o PMDB saindo é o fim da base política de Dilma, não?
- Ora, esse é o projeto.
Nau de inocentes
Nada menos que 100% dos 30 baianos que apareceram na lista de doações de 2012 da Odebrecht juraram de dedos cruzados que receberam doações plenamente legais.
Ao ser abordado sobre o fato da lisura plena, um deles até brincou:
- Cê sabe que na política só tem inocentes.
"Sou um ex-jogador, ex-dirigente, ex-treinador, ex-presidente honorário. Uma lista bacana que, mais uma vez, mostra que tudo chega a um fim"
Johan Cruyff, jogador de futebol holandês, ontem falecido
Efeito lista
A lista da Odebrecht deu e deixou. Em Recife, os deputados Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Sílvio Costa (PTdoB), mais o senador Fernando Bezerra (PSB), foram recebidos no aeroporto aos gritos:
- Ladrões! FDPs!
De A a Z
Na inauguração do viaduto ontem em Pirajá, Rui Costa falou sobre a lista da Odebrecht. Voltou a creditar ao financiamento privado de campanha a raiz dos nossos problemas:
- Da letra A à letra Z, todos vão aparecer em alguma lista de registro de contribuição das empresas. Todos, do A ao Z, sem pular uma letra.
Ciclo vicioso — Rui disse também que, segundo o noticiário da imprensa, as descobertas de doações remontam a 1980:
- Existe um ciclo vicioso do financiamento da política no Brasil. Não vamos ser ingênuos, empresário não tem filiação partidária. Empresário não gosta mais de partido A, B ou C. Ele quer ter a possibilidade de fazer o investimento dele e, se a regra do jogo era aquela, ele dançava conforme a música.
Golpe e acarajé
Achel Tinôco, um dos nossos epigramistas, viu Dilma bradando que o impeachment é golpe, tascou-lhe o epigrama:
Grita, presidenta:
'Golpe à vista!'
Somos brasileiros,
Nenhum golpista.
Já o advogado João Mascarenhas aproveitou a deixa do juiz Sérgio Moro, que decifrou o 'acarajé quentinho' como propina, e mandou o dele:
De Salvador para o Rio de Janeiro,
o bolinho de feijão perdeu o decoro,
deixou de ser o apreciado quitute,
ao cair no tabuleiro do Sérgio Moro.
POUCAS & BOAS
* O presidente da Associação Comercial da Bahia (ACB), Luiz Fernando Queiroz, divulgou nota solidarizando-se com A TARDE, que vive momentos de dificuldades, salientando tratar-se de um veículo de comunicação que desde a sua fundação, há 103 anos, tem uma história que "se confunde com a da Bahia".
* Monte Santo, única cidade baiana em que a Semana Santa tem programação toda a semana, vive hoje o dia maior da Paixão de Cristo, com subida da Serra do Monte Santo e a encenação da via crucis do Cristo no centro de lazer. Lá, muito se discute transformar o evento num grande point do turismo religioso no Nordeste.
* Já Bom Jesus da Lapa, a capital baiana da fé, como lá dizem, também festeja a Semana Santa, mas o forte mesmo é a grande romaria ao Santuário, em agosto.
Colaborou: Itana Silva