O fim da campanha no rádio e na tevê ontem em Vitória da Conquista, onde Herzem Gusmão (PMDB) e José Raimundo (PT) disputam o segundo turno, foi pauleira total. Herzem bradando que ‘o PT afundou o Brasil e o Brasil já disse não, agora Conquista vai dizer não também’.
E o outro programa dizendo que Herzem é do PMDB de Temer, ‘do governo que vai cair com o que Eduardo Cunha vai falar’. Em síntese, foi uma campanha municipal com fortes ingredientes nacionais, dos dois lados.
Vitória da Conquista faz história na campanha de 2016. Entre os três grandes municípios da Bahia (os outros são Salvador e Feira de Santana), foi o único que o PT logrou governar. E chegou lá muito antes de Lula tomar o poder federal.
Para o PT, manter é questão de honra. Para a oposição, idem, idem tomar. Seria o sinal cabal de que a era petista na Bahia já estaria dando os seus últimos suspiros.
Os petistas sabem que a tarefa é difícil. Zé Raimundo falava ontem ter a sensação de que deu ‘a virada’. E Herzem, que vai ganhar com mais de 29 mil votos de vantagem.
As urnas vão falar domingo. Mas tudo indica que a maré antipetista chegou forte lá.
Painel — Pesquisa da Painel Brasil, ontem divulgada, deu Herzem com 64,75% dos votos válidos contra 35,25% de Zé Raimundo.
Mudar um cenário desses está mais para milagre do que para virada.
Santo desconfiado
Elmo Vaz (PSB), prefeito eleito de Irecê, ironizou o fato de o prefeito Luizinho Sobral (PTN) estar comprando máquinas para deixar-lhe de herança bendita:
– Quando a esmola é grande, o santo desconfia.
“Eu roubo, mas não peço propina”
Alexandre Kallil, líder nas pesquisas em Belo Horizonte, em debate da UOL, Rede TV, Veja e Face, ao acusar o adversário João Leite de receber propina.
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Peço desculpas. No debate, quis dizer ‘eu devo’, mas não peço propina
Kallil, depois, reparando a derrapada que deu.
“Colocar polícia no Congresso não é o melhor método de lidar com isso”
Gilmar Mendes, ministro do STF, logo após o colega Teori Zavascki ter mandado suspender a Operação Métis, na qual a PF entrou no Senado para prender servidores.
Ecopaisagismo
Queixosos dos empresários, que os deixam de lado para contratar figuras de grife nacional, os paisagistas baianos decidiram ir à luta para virar o jogo. Amanhã, Raul Cânovas, paisagista argentino consagrado internacionalmente, vai ser a estrela de encontro no Crea, arregimentado por Stênio Barbosa, presidente da Aspaba (Associação de Paisagismo da Bahia).
Cânovas é ecopaisagista, arauto da jardinagem autossustentável, aquela que usa as folhas do ambiente como adubo e direciona o uso da água direto para a raiz.
Escola de jardinagem — Stênio Barbosa diz que uma das ideias da Aspaba é criar o Museu do Paisagismo num ambiente público, para ensinar crianças carentes:
– Por incrível que pareça, temos carência de jardineiros na Bahia. A ideia é tirar as crianças das ruas e ensiná-las uma profissão que também é uma prática saudável.
Transparência total
Gilberto Britto (PSB), ex-deputado e agora prefeito eleito de Paramirim, reuniu os comerciantes e empresários do município e fez um compromisso aberto: toda licitação que a prefeitura for fazer na gestão dele terá a participação do Ministério Público na elaboração do edital e na abertura das propostas.
De quebra, quinzenalmente vai botar um painel na principal praça da cidade informando quanto entrou de dinheiro no cofre municipal, e quanto e em que gastou.
Está aí um caminho para quem quer entrar e sair do governo sem máculas.
POUCAS & BOAS
* A Assembleia aprovou esta semana dois projetos, um, de Bobô (PCdoB), transforma o Bahia em patrimônio imaterial da Bahia. Outro, de Bira Coroa (PT), dá tratamento idêntico ao Vitória.
* O assunto ganhou bom espaço em grupos de zap dos que acompanham o trabalho do Legislativo baiano. Dizem que o Fazendão do Bahia e o Barradão do Vitória nada têm de imaterial. Muito menos a dinheirama que corre nos dois.
* A Comissão de Meio Ambiente da OAB-BA vai entrar na polêmica das vaquejadas. Segunda (14h) realiza audiência pública para discutir a posição do STF que proibiu tais eventos. O encontro, que terá à frente o presidente da Casa, Luiz Viana Queiroz, contará com especialistas de todos os envolvidos na questão.
* Embora as contas de 2014 de Jabes Ribeiro (PP), prefeito de Ilhéus, tenham sido rejeitadas por ter estourado o limite de gastos com pessoal, a Câmara aprovou por 14 a 5. Com a queda da arrecadação, o estouro do limite atinge mais de 80% dos municípios baianos.