Alteração no sentido da R. Marques de Leão (Barra) deixa radar em direção errada
Dos 234 radares previstos para serem instalados nas vias de Salvador até o final deste ano, 98 estão em funcionamento. Com a intensificação da fiscalização, uma média de 760 condutores são multados por dia nas ruas da capital baiana por excesso de velocidade.
Para fortalecer a vigilância, na semana passada o governo federal autorizou as prefeituras de todo o Brasil a utilizar câmeras de monitoramento no trânsito (veja matéria ao lado).
Em Salvador, 4 equipamentos de fiscalização eletrônica aguardam aferição do Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade (Ibametro), e 18 deles estão em fase de montagem e instalação.
Além dos 98, a Transalvador conta com outros dois radares estáticos (aqueles que podem ser transportados de um local para outro), que são utilizados na fiscalização em 117 trechos de avenidas de Salvador.
Entre janeiro e 27 de julho deste ano, já foram emitidas 158.446 notificações para motoristas que transitam em velocidade superior em até 50% à máxima permitida.
Segundo o titular da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador), Fabrizzio Muller, o prazo para a implantação dos equipamentos pode ser ajustado, por questões orçamentárias.

Condutores se queixam de que aparelho está atrás de poste, na Av. Suburbana
Escondido
Um destes novos equipamentos, implantado na avenida Afrânio Peixoto (Suburbana) tem gerado reclamação de moradores de Praia Grande, no Subúrbio Ferroviário.
Eles dizem que o radar está "escondido" atrás de um poste. Em um mês, o vigilante Alberto Borges, 39, já foi multado cinco vezes por excesso de velocidade, após ser flagrado pelo aparelho.
"Ninguém consegue ver. Isso está prejudicando as pessoas, muitas estão sendo multadas. Tenho minha carteira (de habilitação) desde 1998 e nunca tinha sido multado", conta ele.
Alberto diz que irá recorrer da decisão, por considerar irregular a localização do radar sem aviso prévio. A via conta com placas que informam a velocidade máxima permitida (60 km por hora) e que há fiscalização eletrônica ao longo dos 14 km.
O técnico de refrigeração Dorival de Jesus, 36, também morador do local, concorda com a localização do equipamento. "Não tem que avisar a ninguém onde está. As pessoas é que precisam respeitar o limite. Hoje, os casos de atropelamentos reduziram bastante aqui", afirma.
Na avenida Mário Leal Ferreira (Bonocô), outro radar fica atrás de uma ponte próximo a um ponto de ônibus, no sentido Iguatemi.
O advogado Marcelo Araújo, presidente da Comissão de Trânsito da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) - Seção Paraná, afirma que a legislação não obriga que os órgãos de trânsito informem a localização dos radares. Segundo ele, a determinação é que haja informação sobre a velocidade máxima permitida.
Muller diz que o equipamento não está escondido. "A implantação do radar foi um pedido da comunidade. Ele realmente ficou atrás do poste. É preciso ter distância mínima e máxima para o semáforo e para o outro equipamento, e coincidentemente ficou ali", explicou.
Diferenças
Os antigos aparelhos usavam sensores fixados no asfalto para detectar os veículos, enquanto os novos fazem a detecção por laser ou doppler 3D. Com isso, a identificação da placa do veículo é feita imediatamente, enquanto os modelos anteriores tiravam uma foto, além de danificarem com ações de recapeamento e com a própria vibração dos carros.
Na rua Marques de Leão, um radar está localizado para fiscalizar os veículos na direção contrária. Ele foi instalado antes de a via ter o sentido invertido. Esta é outra vantagem.