Associação previu ocupação de até 68% antes da pandemia | Foto: Divulgação
Uma das áreas mais atingidas pela pandemia de Covid-19, o setor hoteleiro terá o desafio de se reerguer em 2021. Em entrevista ao programa Isso é Bahia, da rádio A TARDE FM, na manhã desta quinta-feira, 21, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Luciano Lopes, citou as dificuldades encontradas e o processo de retomada de empregos no sistema.
Segundo Lopes, em 2020 o setor registrou uma perda perda de R$ 673 milhões em receitas, em comparação com 2019, por causa da pandemia de coronavírus.
"Neste ano (2021), entramos com grandes obstáculos, porque ainda é muito difícil fazer algum prognóstico, sem termos efetivamente um calendário objetivo de imunização. Nossas atividades foram paralisadas em março de 2020. Realmente, tivemos todas as premissas, marca econômica, o próprio setor, o destino Bahia e a cidade de Salvador cada vez mais procurados, o novo Centro de Convenções, aeroporto qualificado, todos os fundamentos para termos um ano muito bom. A expectativa era chegar entre 66% a 68% de taxa de ocupação", destaca.
Tendo em vista a necessidade de se adaptar à nova realidade - ou novo normal, termo que se tornou bastante comum durante a pandemia -, o gestor citou o fortalecimento do turismo regional, alertando que houve uma mudança no perfil dos turistas que passaram a procurar a Bahia como destino.
"Foi percebido um aumento muito grande, principalmente nos finais de semana, entre quinta-feira e domingo. O movimento é bem intenso, acima da média, em relação aos dias da semana. Sobretudo, esses clientes são de cidades e estados próximos, como Sergipe e Alagoas. As pessoas desses locais têm se deslocado mais, até por conta das restrições nos voos e a redução na malha aérea. Nesse turismo regional, a Bahia vem sendo um dos locais mais procurados", afirma.
Queda no turismo internacional
Em contrapartida, o presidente da ABIH lamentou o declínio na procura internacional, por conta dos novos protocolos de saúde recomendados pelas organizações de saúde. "Tivemos uma baixa muito grande no turismo internacional. Praticamente desapareceu nesse período, em razão de alguns fatores, como a redução nos voos. Então, as restrições de viagens, como apresentar o RT-PCR (teste para detecção da Covid-19) acabou afastando os turistas de outros países", explica.
Afastamentos e demissões
Luciano Lopes afirma que cerca de 45 % dos funcionários do setor foram afastados durante o auge da pandemia. No entanto, em razão das medidas provisórias, como a suspensão de contratos de trabalho, com a redução da carga horária até dezembro de 2020, o número foi atenuado.
"Já observamos o início de uma recuperação. A nossa expectativa é que os empregos possam ser retomados, quando tivermos boa parte da população vacinada. Nós estamos com 70% do fluxo de turistas em relação ao período anterior. Isso demonstra ainda que muitos funcionários estão sem trabalhar, porque não existe demanda suficiente para manter esses empregos. Temos um banco de currículos na ABIH e estamos compartilhando com os hotéis para a retomada dos empregos", conclui.
*Sob supervisão da editora Thaís Seixas